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Governo português distingue escritores moçambicanos

Por admin

Ungulani Ba Ka Khosa e Paulina Chiziane, escritores moçambicanos, foram recentemente reconhecidos e condecorados pelo Presidente Português, Cavaco e Silva, com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

A cerimónia de condecoração decorreu em Maputo, no salão Nobre do Hotel Polana. Com transmissão televisiva pelo canal RTP África, marcaram presença escritores moçambicanos, familiares e amigos.

A festa foi abrilhantada pela actuação de grupos como Companhia Nacional de Canto e Dança, de Tufo. Mingas emprestou a sua voz aos presentes no evento.

Ao longo do programa foram sendo projectados depoimentos de escritores moçambicanos e jornalistas portugueses que sublinharam o papel preponderante dos dois escritores. Luís Bernardo Honwana, Mia Couto, escritores, prestaram depoimento falando de parte da obra dos dois laureados.

Cavaco e Silva, Presidente português, justificou a atribuição da ordem honorífica dizendo:  “a distinção, sob a forma de condecorações, do serviço prestado no exercício de cargos públicos, do mérito artístico, científico ou empresarial, é uma tradição que devemos cultivar, pelo prestígio que as Ordens Honoríficas possuem para os agraciados e, acima de tudo, pela circunstância de permitirem destacar personalidades e instituições verdadeiramente notáveis, que devem servir de modelo à nossa sociedade.”

O estadista português disse ainda que a atribuição destas condecorações “é sinal inequívoco do apreço e do reconhecimento, ao mais alto nível do Estado português, por estes dois escritores e intelectuais moçambicanos, que se destacam pelo grande contributo que têm dado para o enriquecimento das letras moçambicanas e para a divulgação de Moçambique e das suas culturas a nível internacional”.

Ungulani Ba Ka Khosa, de nome verdadeiro, de nome verdadeiro Francisco Esaú Cossa, nasceu a 1 de Agosto de 1957, em Inhaminga, província de Sofala. Fez Bacharelato em História e Geografia na Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane, exercendo a função de professor. Iniciou a sua carreira de escritor com a publicação de alguns contos e participou na fundação da revista Charrua na Associação de Escritores Moçambicanos, de que é membro. Tem publicadas a seguintes obras: Ualalapi (1987), Orgia dos Loucos (1990), Histórias de Amor e Espanto (1999) e No Reino dos Abutres (2002); Os sobreviventes da noite; Choriro; Entre memórias silenciadas.

 

Paulina Chiziane nasceu em 1955, na província de Gaza. Fez os seus estudos em Linguística na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Contadora de histórias, arte que aprendeu com a sua avó, publicou vários contos em jornais moçambicanos. São histórias que falam das vivências de tempos difíceis, da esperança, do amor, da mulher e de uma África passada e presente, que a autora soube transferir da oralidade para o papel. A sua colaboração com a Cruz Vermelha de Moçambique, contribuiu para umaaproximação mais concreta à realidade vivida no país, que também se reflecte na sua escrita. Tornou-se a primeira mulher moçambicana a publicar um romance quando lançou o seu primeiro livro, intitulado A Balada de Amor ao Vento , em 1990. Ventos do Apocalipse (1993), O Sétimo Juramento (2000) e Niketche. Uma História de Poligamia (2002); O alegre canto da perdiz, são alguns romances da autora.

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