O escultor moçambicano Gonçalo Mabunda tem exposto na Galerie du Passage, em Paris (França), trinta e duas obras de arte. São esculturas metálicas que resultam do processo do trabalho do artista de transformação de armas em obras de arte.
A partir das balas, roquetes e corpo das armas AK47, entre outras, Gonçalo concebe cadeiras e outros objectos artísticos para embelezar.
Gonçalo Mabunda que nasceu em 1975, em Maputo, ganhou reputação internacional quando começou a transformar as armas usadas na guerra civil dos dezasseis anos em obras de arte. Era a sua maneira de clamar pela paz.
Desde que começou a produzir as obras de arte em 1997, Gonçalo já fez aproximadamente cem exibições em África, Europa, América e Ásia. Um dos marcos da sua trajectória internacional foi o de ter criado a escultura para o Clinton Global International Initiative Awards para 2008.
Actualmente, Gonçalo está representado em mais de vinte galerias mundiais, incluindo Museu de Arte e Design de Nova Iorque, Pigozzi Colltetion, Museu do Vaticano, Changchun (China), Museu Nacional de Arte, em Moçambique, entre outros.
A propósito da mostra de Paris, Gonçalo diz: “Faço estas obras pois estou ciente que cada bala que destruo salvo vidas. E ao destruir muitas balas salvo muitas vidas. Gostaria de ser verde para destruir mais armas de destruição em massa, pois tenho consciência de que ao me tornar verde e destruir mais armas, a nossa terra será verde, tornando-se fértil”.
Frederico Jamisse