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Ghorwane “kavatam” e incendeiam a plateia no Franco-Moçambicano

Por admin

Massotxwa. Esta foi a composição através da qual os Ghorwane (Os Bons Rapazes) iniciaram o concerto realizado última sexta-feira, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo. Um espectáculo onde “kavataram” (dançaram) que se fartaram e incendiaram a plateia que se fez presente naquele local.

Para uma plateia repleta e comportada, os “rapazes” Roberto Chitsondzo (voz e guitarra), Carlos Gove (viola baixo), Jojó (teclado), Stélio Zoé (bateria), Muzila (saxofone), Toni Paco (percursão), Irmãos Baza (trompete e coros), Sheila Jesuíta (flauta doce e coros), prepararam um repertório enriquecido com as composições dos álbuns anteriores, embora o mote do concerto presente fosse a reposição da festa do lançamento do mais recente disco, Kukavhata (movimento de dança, especificamente na coreografia chope).

Foram pouco mais de duas horas de diversão e diversidade musical, interacção com o público, provando a experiência de décadas em palcos nacionais e estrangeiros que Ghorwane ostenta. Vinte canções foram interpretadas. Massotxwa; Mabokwanhane; Mussakaze; Mpulane; Sathana; Muthimba; Ntlanga; Amor é fogo; Timbiloni; Mamba ya malepfu; Hafa; Ndlala; Uyomussiya kwine; Mtarlatanta; Tereumba; Matapa; Kuhanya; Majurgenta; Vhana vha ndota; Bukuku.

DA MUDANÇA DO TRAJE

À RENOVAÇÃO DA BANDA

Ghorwane apareceu no concerto diferente quer no aspecto da performance musical assim como na indumentária. Contrariamente ao traje de capulanas a que nos habituaram, agora trajavam smart code com suspensórios. “É uma nova forma de ser da banda. Temos jovens e desafiamo-nos a experimentar novas coisas. Por isso, hoje viemos fazer o concerto de suspensórios”, explica Roberto Chitsondzo.

Três convidados emprestaram suas qualidades artísticas, partilhando o palco com a banda. O primeiro foi Dj Ardiles que facilmente engrenou no espírito cantando e dançando Mussakaze. A meio do concerto foi anunciada a entrada em palco do jovem Cheny Wa Gune que com mestria tocou  Timbiloni. Seguiu o convidado menos feliz da noite. Flesh. O jovem rapper, no momento em que devia estar calmo e lúcido, parecia agitado, o que acabou comprometendo a perfeição da sua actuação.

Convidamos jovens porque estamos a renovar a todo momento. Precisamos renascer, reerguer. É um exemplo que queremos dar à sociedade, porque na vida há desafios e intempéries, mas temos que ser firmes sempre. Estamos dispostos a fazer o mesmo nas regiões centro e norte do país. Claro que isso está condicionado a meios financeiros que nós não temos”, afirma Roberto Chitsondzo.

Dois momentos marcaram a noite. O primeiro aconteceu quando as luzes ficaram ofuscadas e maior parte da banda desapareceu do palco, ficando apenas Roberto Chitsondzo e sua guitarra, no centro, e o pianista Jojó do outro lado. Tlhanga é o título da composição que eles interpretaram, mostrando Roberto através da guitarra e voz bem colocada, nesta música, o percurso musical que consigo carrega.

O segundo momento foi marcado pela interpretação por Sheila Jesuíta e Muzila, do poema lírico de Luís Vaz de Camões ( O amor é fogo que arde sem se ver….é um contentamento descontente…). Eles no palco cantando o amor e a plateia acendendo e acenando com os celulares, proporcionando alguma magia e uma interacção entre o público e os artistas.

No final do concerto, Ghorwane fez uma rapsódia (tocar músicas seguidas e misturadas) de seus álbuns, fazendo um fecho em grande. Motivo para dizer: Ghorwane recomenda-se.

Frederico Jamisse

frederico.jamisse@snoticicas.co.mz

Fotos de Ouripota Chapata Mutundo

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