Fenomenal é como se pode descrever a actuação das duas figuras de cartaz do espectáculo na última sexta-feira, no Centro Cultural Universitário. Frank Paco e Lokua Kanza cantaram para uma plateia alegre, desinibida, mas desiludida pela qualidade do som que oscilava a todo momento.
O espectáculo, denominado Fest Afrik Moçambique, enquadra-se no programa Verão Amarelo da Moçambique Celular.
A primeira parte do concerto foi preenchida por uma brilhante actuação do baterista Frank Paco que se fez acompanhar por Hélder Gonzaga (baixo), Walter Mabas (guitarra), Muzila ( saxofone) e a mulher de Frank Paco nos teclados. Xixel cantou e muito bem, como convidada.
No final da actuação, Frank Paco disse: “Gostei de voltar a tocar para este público maravilhoso. Só peço para que haja paz. Rezo para que as nossas crianças respirem e vivam em paz e tenham um futuro seguro. E que a Mcel continue a apoiar a cultura moçambicana e africana”.
Tina Mucavel, apresentadora do espectáculo, anunciou um breve intervalo para arranjos de som e entrada de Lokua Kanza e sua banda. Assim aconteceu. Lokua Kanza se fez ao palco e comunicando-se em português deixou a plateia à vontade. Aliás, ele esteve a viver e a trabalhar durante um tempo no Brasil. Actualmente está baseado na França.
Lokua cantou em doze músicas de tudo um pouco, revisitando seus álbuns antigos, bem apreciados e consumidos pelos espectadores moçambicanos. Foram os casos de Wapi yo, Toyebi Té, Nkolo, Plus vivant, Lokua Kanza.
Cinco elementos estavam em palco, a começar pelo próprio Lokua Kanza, guitarra e voz; Ekukuan Sheguedi (baixo e coros); a filha Malaika Lokua (coros); René Lokua (guitarra) e Roselyne Belinga (coros). É uma banda familiar como ele próprio disse.
A actuação de Lokua Kanza, manchada pela fraca qualidade de som, durou cerca de uma hora, para a insatisfação da plateia que não se cansava de ouvir, cantar e dançar ….Meu amor; Good by, Mbiffé, Sallé, Mutotó, entre outras.
Impressionante foi ver Lokua Kanza convidar Frank Paco para tocar bateria, acompanhando-o nas últimas músicas.
No final do concerto Lokua disse: “estou feliz. Esta plateia é sempre maravilhosa e esteve todo mundo feliz, a dançar e a cantar as minhas composições. Não há nada melhor que um artista possa desejar no palco, senão o acompanhamento dos que o assistem. Estou por um lado preocupado com esta situação da guerra. Moçambique é também nosso país e não queremos guerra. Oxalá a paz venha de volta para continuarmos a assistir o desenvolvimento deste lindo país”, disse Lokua Kanza.
Frederico Jamisse
