Home Artes & Letras Escola de Fotografia em modernização

Escola de Fotografia em modernização

por admin

O Centro de Documentação e Formação Fotográfica (CDFF), também conhecido por Escola de Fotografia de Maputo prevê investir um milhão e trezentos mil meticais (1.300.000,00 MT) no presente ano para a aquisição de computadores, máquinas fotográficas, arquivos de grande capacidade, entre outros, com vista a concluir o processo em curso de transição tecnológica analógica para digital.

Este processo foi iniciado em 2013 quando aquele centro de formação aplicou cerca de um milhão e duzentos mil meticais (1.200.000,00 MT) para compra e montagem de computadores Macintosh (Mac), câmaras fotográficas digitais e equipamentos de armazenamento físico e virtual (Cloud).

Segundo a directora da escola, Madalena José, este programa têm a finalidade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico do sector e evitar que a instituição fique alheia às mudanças impostas pela globalização.

No quadro desta iniciativa, o extenso acervo daquela escola, nomeadamente fotografias em formato físico, negativos, slides são alguns dos equipamentos que estão ainda na forma analógica e que gradualmente são convertidos para o formato digital.

As mudanças agora em curso no CDFF acontecem numa altura em que o mundo experimenta uma ampla difusão de dispositivos electrónicos capazes de captar imagens, inclusive de alta resolução, tais como telemóveis, webcams, entre outros, o que, em parte “banaliza” a arte de fotografar.

Para o professor de fotografia daquele centro, Basílio Muchate, apesar desta disponibilidade de novos meios de registo, edição, impressão e arquivo de imagens, a escola ainda regista uma grande demanda de candidatos a profissionais da área que buscam conhecimentos técnicos.

Anualmente, o centro forma vinte e quatro (24) alunos em cursos que são ministrados em dois períodos diferentes do ano e têm a duração de três (3) meses. Basílio refere que num passado recente, o treinamento era feito num horizonte temporal de um ano, mas a introdução de meios digitais levou à redução deste tempo.

No entanto, o tempo de formação agora adoptado é tido pelo instrutor Basílio como insuficiente para formar um bom fotógrafo. Aliás, para este profissional, mesmo o tempo de formação da era analógica (um ano) não permitia que o aluno saísse da escola com todos os pergaminhos.

Daí a necessidade de o aluno fazer o curso por vocação, pois no fim sempre terá de investigar para conhecer novas técnicas e conciliar às bases obtidas durante a formação. Também não basta ter uma boa máquina fotográfica. É preciso trabalhar constantemente uma vez que esta, tal como outras manifestações artísticas precisam de aprendizado frequente com vista a alcançar a perfeição”, frisou.

FOTÓGRAFO PROFISSIONAL

SEMPRE TERÁ O SEU ESPAÇO

Em relação à popularização da fotografia, por via de instrumentos pouco convencionais, como telemóveis, Basílio Muchate garante que o espaço dos profissionais da área não está “em vias de extinção”. Aliás, avança que “não se pode, de maneira nenhuma, confundir uma foto produzida de forma profissional com uma feita de telemóvel digital sem o domínio da luz, ângulos de captação, planos, entre outros elementos técnicos. O fotógrafo profissional sempre terá o seu espaço”, disse.

Basílio mostra-se preocupado com o aparecimento de fotógrafos amadores que embarcam por esta profissão apenas porque tem acesso fácil a equipamentos, inclusive de impressão. “São pessoas sem paixão pela fotografia, sem vocação”,afirma.

Apesar dos avanços que a Escola de Fotografia de Maputo está a registar, Basílio Muchate entende que a melhor fase da fotografia deu-se na época analógica.

Formado em 1985, naquele centro, Basílio recorda que trabalhou durante muitos anos ao lado de Ricardo Rangel que foi fundador da escola e excelente fotógrafo.

A Escola de Fotografia foi criada em 1983 com a finalidade de suprir o défice de fotógrafos que havia nas diferentes instituições nos anos que se seguiram à conquista da Independência Nacional. Actualmente, para além de leccionar, o centro dispõe de um banco de imagem (um arquivo), que tem fotos de diversa ordem, geralmente solicitadas por instituições e/ou até mesmo singulares.

Por ali passaram vários fotógrafos como Daniel Murato, Felisberto Laíce (editor fotográfico do jornal notícias), Francisco Munia, Inácio Pereira e Jerónimo Muianga (deste jornal), Juma Capela (notícias), Mauro Vombe, entre outros.

Maria de Lurdes Cossa
Malu.cossa@snoticicas.co.mz

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana