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Criador local com timbre universal

Por admin

Junayd Salimo, jovem de 21 anos de idade, nascido a 4 de Julho de 1993  (dia da Independência dos Estados Unidos da América, país onde ele nasceu), é  estilista que aposta no designer simples com toque africano, mas com glamour universal.

Desde cedo se interessou pela moda, mesmo ciente dos desafios que tal acarreta. “Falei com meus pais que aceitaram pagar para mim um curso de Designer com a duração de oito meses. Fiz o curso em Joanesburgo, na África do Sul. Basicamente fui buscar mais inspiração, conhecimentos e perceber o que está por detrás da moda”, explica Junayd.

Após a formação, Junayd retornou a Moçambique, onde começou a praticar a arte de criar peças de roupa. Ganhou o gosto e não mais parou.

A moda está em processo de estabilização e sustentabilidade em Moçambique. E um dos desafios dos estilistas moçambicanos na concepção de suas criações, são os acabamentos. “Os acabamentos constituem enorme problema para muitos criativos. Sei disso. Por isso, nas minhas criações tento ouvir pessoas que tenham mais experiência e mais aptidão. Eu faço a decoração do tecido. Faço as molduras e desenhos. Tenho duas senhoras, Alice e Beatriz Costuras que  cozem para mim”.

Falando dos desafios na área da moda em Moçambique, Junayd aponta-os como tantos. “Mas o meu desafio em relação à moda é fazer perceber que o nosso trabalho é inovar, crescer em termos de  qualidade e abrangência, usando materiais novos que possam reflectir a nossa riqueza”.

Questionado sobre a sustentabilidade, Junayd diz que tal como tudo na vida, na moda também é difícil. “ Em Moçambique pode-se viver da moda porque as pessoas têm noção do que é vestir bem.  Mas a  moda não é só vestir bem. É também levar memórias nossas para o mundo, construir uma imagem bela através da arte de vestir. E é isso que devemos fazer todos explorando este mozaico cultural inesgotável que o país tem”.

HOMENAGEAR MIRIAN MAKEBA

Como estilista, Junayd teve a primeira aparição no Mozambique  Fashion Week, em Dezembro de 2014. Baseando-se na sua marca, Black Chateau, ele homenageou a cantora sul-africana  Mirian Makeba.

A escolha da Mirian Makeba como temática da minha aparição centra-se no facto de eu ter crescido a ouvir a música dela. Ela identifica a minha infância e a estética da mulher africana”, explica Junayd.

No MFW, onde exibiu roupa casual, trabalhou com  Yara Mel, para a criação da silhueta acentuada ao corpo mas com tecido leve.“ A qualidade e acabamentos são aspectos a ter em conta e no Mozambique Fashion Week a exigência é maior. Trabalhei capulanas com tecidos leves e o resultado foi impressionante”.

Junayd tem como espelho para as suas criações, as estilistas Eliana Murargy e Amira Selimangy, que segundo ele, percebem da silhueta.

Os próximos passos do Junayd têm em vista a compreensão na profundidade dos bastidores da moda. “ Vou frequentar por mais oito meses, em Joanesburgo, um curso que me permita entender ainda mais esse lado. Quero saber dos moldes, costura, o que está por detrás. Depois viver exibir a minha colecção. Mas a meta é criar o meu attelier e crescer”.

Frederico Jamisse

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