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“A vida é uma dança”

Por Jornal domingo

– … som e a poesia são materiais de resistência dos africanos, Paulina Chiziane

TEXTO DE NEYMA DE JESUS

Num documentário exibido, recentemente, em Maputo, durante a sessão de abertura do Poetas D’Alma, Paulina Chiziane surge como principal figura única. Ela defende que a vida é uma dança. A alma, o som e a poesia são materiais de resistência que os africanos carregaram mesmo quando a escravatura tentou tirar-lhes tudo.

A escritora recorda os escravizados levados “para o fundo do porão”, que, apesar da violência, deixaram um legado espiritual que evoluiu dos cantos de dor até ao gospel. O que mostra que a invasão destruiu corpos, mas nunca conseguiu matar a alma do povo africano.

É nesse ponto que nasce a consciência negra. Paulina Chiziane afirma que os regimes coloniais tentaram transformar o africano em “qualquer coisa”, tirando a língua, a terra e o pensamento. Tendo restado a alma e a vontade de sobreviver.

A consciência negra, para ela, exige revisitar a ancestralidade, recuperar identidades roubadas e reconhecerse como sujeito da própria história. E lembra que, em vários lugares do mundo como Brasil, Panamá, Estados Unidos e Europa, ser negro ainda significa enfrentar a pobreza, a exclusão e a desumanização.  Leia mais…

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