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A poderosa timbila

Por Jornal domingo

Feita de madeira, cabaças e vibrações que parecem atravessar o tempo, a timbila é um dos símbolos mais poderosos da identidade cultural moçambicana. Reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Património Cultural Imaterial da Humanidade, esta espécie de xilofone tradicional do povo chopi é, além de instrumento, memória viva, celebração, ritual e, acima de tudo, música que fala.

A sua construção é uma obra de precisão artesanal. As teclas, tradicionalmente chamadas makhokhoma, são talhadas exclusivamente a partir da madeira de mwenje, uma árvore hoje ameaçada de extinção, o que exige esforços de plantio e conservação. Debaixo de cada tecla repousa uma cabaça, conhecida como massala, que funciona como caixa de ressonância, amplifica e dá profundidade ao som.

O detalhe que confere à timbila o seu timbre único é a membrana que cobre pequenos furos na cabaça. Tradicionalmente, estas membranas eram feitas de películas retiradas das tripas de vaca ou de búfalo, deixadas a secar antes de serem cuidadosamente fixadas. “Hoje usamos plásticos finos, como os que embalam pão de forma”, explica Rolando Alexandre, da Companhia Nacional de Canto e Dança. Apesar de a sonoridade se manter, ele admite que “há uma pequena diferença, afinal, membrana é membrana, plástico é plástico”. Leia mais…

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