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Exxon interessada no gás do Rovuma

Por admin

A multinacional norte-americana do ramo de petróleo e gás, Exxon Mobil está a considerar a possibilidade de adquirir as participações das empresas Anadarko e Eni, o que potencialmente pode dar uma colheita de impostos para o país estimados em um bilião e 300 milhões de dólares.

Segundo a "Bloomberg", que é uma agência de tecnologias, dados de mercado financeiro e de notícias, este factofoi avançado por duas proeminentes figuras que possuem um profundo conhecimento sobre a matéria, as quais referem que a aquisição das participações da Área 1 da Anadarko, na bacia do Rovuma, pode gerar mais-valias fiscais de cerca de 1 bilião e 300 milhões de dólares para o Estado moçambicano.

A "Bloomberg" refere igualmente que uma das fontes da sua notícia pediu para não ser citada porque o assunto ainda está a ser tramitado em sigilo, mas assegurou que a Exxon, que é a maior multinacional do ramo de petróleo e gás, também está interessada na Área 4 que está sob a alçada da italiana Eni. “Há três anos, a Petrolífera Nacional da China adquiriu 20 por cento da Área 4 por 4 biliões e 200 milhões de dólares”, recordou a fonte até aqui tida como anónima.

Caso a Exxon decida investir nas áreas referidas, aquela agência assume que seria o equivalente a acelerar o desenvolvimento daquele que é considerado como o maior projecto de liquefacção de gás natural do mundo e que os benefícios fiscais que daí podem advir podem aliviar a eminente crise de crédito do nosso país.

Faria muito sentido trazer a Exxon Mobil para o projecto uma vez que esta empresa é operadora de classe mundial de projectos de liquefacção de gás natural e possui experiência adquirida no desenvolvimento de iniciativas de escala similar no Qatar”, disse Anish Kapadia, analista da Tudor Pickering Holt e Companhia, baseado em Londres.

A "Bloomberg" procurou ouvir Lauren Jerr, porta-voz da Exxon que respondeu por correio electrónico (e-mail) afirmando que “nós não comentamos rumores e especulações”. Por seu turno, nenhum representante da Anadarko e da Eni se dispôs a fazer qualquer espécie de comentário sobre o assunto.

De igual modo, aquela agência noticiosa norte-americana refere que procurou ouvir o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Pedro Couto, mas este declinou fazer qualquer comentário a respeito do assunto.

Entretanto, Claudio Descalzi, director executivo da Eni foi citado no mês passado a afirmar que aquela companhia estava em conversações para vender uma parte das suas participações nas descobertas e que esperava tomar uma decisão final sobre os investimentos a fazer na área ainda este ano.

A fonte noticiosa que temos estado a citar aponta que a Exxon começou a ficar focada em investir em Moçambique depois de, em Outubro do ano passado, ter vencido o concurso para três licenças de exploração de blocos marítimos (offshore), localizados a sul das áreas atribuídas a Anadarko e Eni, onde recentemente se deram as descobertas de importantes jazigos de gás natural. Aquela empresa também tem interesses no Bloco II da empresa Statoil, na Tanzânia, um pouco a norte da bacia do Rovuma.

Para a "Bloomberg", a quantidade de gás descoberta na província de Cabo Delgado tem o potencial para triplicar o crescimento económico de Moçambique até 2021.

Também há que sublinhar que em Dezembro do ano passado, a Anadarko e a Eni chegaram a um acordo sobre o plano de desenvolver as áreas contíguas a si adstritas no Rovuma o que lhes vai permitir gerir de forma combinada cerca de 24 triliões de pés cúbicos (tcfs) de gás.

Entretanto, a Anadarko tem ainda que tomar uma decisão final sobre o investimento de 15 biliões de dólares do seu projecto de liquefacção de gás natural que pretende implementar em Cabo Delgado e é sabido que esta empresa nomeou John Bretz para o cargo de director nacional interino (em Moçambique), depois da saída do seu predecessor para gozo de aposentação.  

 

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