Se o ridículo matasse, algumas figuras e figurões da nossa praça já estariam a falar a partir do além. Bula Bula que calcorreia ruas e também senta à mesa de café, ouvindo conversas, já se deparou com figuras e figurões, que em vez de honestamente e com toda sinceridade e humildade pedirem desculpas pelos seus desonrosos actos com o público que deviam servir, metem os pés pelas mãos, ataviam-se em soberbas arrogâncias e desprezam os que lhes põem o prato na mesa, cuspindo assim no prato em que comem.
Vem este introito todo a propósito duma reportagem que aqui publicamos no dia 25 de Outubro último, a propósito do projecto de casas para jovens em Maputo que transformou o seu sonho em pesadelo.
O empreendimento apontava erguer mil e 800 residências. Mas passam cerca de cinco anos e apenas 96 famílias conseguiram ver concretizado o seu maior anseio. Muitos jovens pagaram o seu dinheiro com base em empréstimos bancários e não têm casa nenhuma ainda, o que configura uma burla monumental.
Muitos dos pseudo-contratos assinados (só têm deveres e obrigações para o cliente) com jovens entusiastas que ali queriam casa, expiraram e estes não têm casa nenhuma e continuam a pagar as prestações nos bancos que lhes deram os empréstimos.
Dizia um dos jovens lesados: “o que mais nos aborrece é que os gestores da “Casa Jovem” fogem de nós. Não atendem às chamadas. Preferem ficar de longe a mandar cartas. Por outro lado, preocupa-nos o facto de estarmos a lidar com pessoas diferentes sempre que procuramos ter informações sobre o projecto”.
Alguns dos clientes enganados, não estiveram para brincadeiras e já meteram processos em tribunal. Estes são, entre outros, os factos recolhidos pelo nosso jornal sobre este empreendimento. Por isso, o jornal foi em socorro destes lesados, deu-lhes voz e não foi em socorro de nenhuns G-40 como o gestor da chamada “Casa Jovem”, Erik Charas, disse. Pensamos que nisto tudo, se há alguém a tentar ludibriar os moçambicanos é o próprio Charas, que em vez de pedir desculpas pelo actual fracasso do projecto, meteu as mãos pelos pés e subalternizou o facto de muita gente ter-se endividado com os bancos e estar a sofrer com o pagamento de prestações, sem ter ainda nenhuma casa para morar, contra todas as promessas feitas no início.
Bula Bularepudia também os órgãos de informação que fazem lavagem de imagem a estas figuras, desprezando a situação da maioria que foi literalmente burlada e não sabe como sair desta situação.
