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O homem, por si só é capaz de toda maldade

Por admin

Um velho adágio popular sentencia: quem te avisa, teu amigo é!

Embora seja redundante, vale a pena recordar que Bula-bula avisou que a história da “Associação Ajuda Mútua” tinha muitos furos de tal sorte que se fosse um barco, iria a fundo tal e qual o famoso Titanic… é que era muita uva para nenhuma videira!

Agora, os incautos, estão com o credo na boca. A mola desapareceu. E, pelo vistos, é muita mola que podia ajudar o país a sair da estaca zero… isso quem o diz é a malta lá da tal “Ajuda Mútua”. “È muita mola que está retida por ordem do Banco Central”, dizem. Falam de triliões de meticais…só dá mesmo para dizer “hawena”!

A grande questão que sobra agora para os “aldrabados” é como recuperar a mola. Alguns empenharam 500 mil; outros, um milhão e tal; para além de singulares, fala-se de grandes instituições… até de ensino, que caíram na esparrela. Aliás, diz-se que enquanto a coisa andava ai pelas “quantias irrisórias” não havia problema! A porca torceu a pata quando começaram a entrar verdadeiros pesos-pesados na jogada… ai a supervisão bancária torceu o nariz: de que negócios provinham aqueles milhões em contas particulares?

Da suspeita ao bloqueio foi só o tempo dos chinocas pestanejarem e adeus mola.

Mas, como sói dizer-se, não há mal que dure para sempre, os aldrabados estão agora a formar um movimento (parecido com aquele dos regressados) para reivindicarem o dinheiro. Ameaçam até levar ao tribunal uma empresa que não existe. A tal associação não tem registo legal, endereço nem nada… coisa tipo macumba mesmo.

Semana última, cerca de 70 pessoas vítimas da burla decidiram prescindir da recepção dos juros e receber apenas o capital que depositaram naquela iniciativa que foi classificada pelo Banco de Moçambique como ilegal, fraudulenta e insustentável.

Um tal de Nhantumbo estava a fazer de advogado do diabo tentando acalmar os nervos dos incautos depositantes. Dizia que era só uma questão de dias e que o Banco de Moçambique iria brevemente libertar as contas.

Ao que Bula-bula apurou, a decisão de processar a Associação, foi tomada na manhã de sexta-feira naquele encontro realizado no monumento de Mahlazine, na cidade de Maputo, onde este grupo pretendia apurar os avanços registados após o bloqueio das contas. Entretanto, os gestores da iniciativa alegam que o dinheiro só será restituído quando as contas forem desbloqueadas depois dos trabalhos de investigação agora em curso e que envolvem bancos, Polícia e procuradoria.

Porque começa a haver algum desespero, os burlados tomaram a decisão de intentar uma acção judicial contra a “associação”, que já se sabe que não possui nenhum registo legal e já estão a ensaiar mecanismos para contratar um advogado que lhes deverá assistir nas discussões sobre as vias a usar para recuperarem o seu dinheiro.

Os 70 e tal defraudados que se reuniram na semana passada criaram igualmente um grupo no whatsApp por via do qual pretendem trocar informações sobre a evolução do caso, uma vez que o representante da referida associação, Abílio Nhabinde, já não se manifesta disponível para dialogar com as suas vítimas. Sobre este Nhabinde, Joseph Conrad diria: O homem, por si só, é capaz de toda maldade.

A título de exemplo, na sexta-feira, dia 29 de Julho, recusou-se a comparecer em Mahlazine, supostamente porque estava no “encerramento da sessão da Assembleia da República” que, entretanto, teve lugar na quinta-feira, dia 28 de Julho.

Entretanto, tomaram outra decisão peculiar: as reuniões devem ser as mais secretas possíveis “porque sabemos que há infiltrados aqui”, disseram.

Bula-bula cofiou a barbicha e com um sorriso maroto disse aos seus botões: mas não foi por falta de aviso!

 

 

 

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