Início » MICO agastado com paralisação da oficina

MICO agastado com paralisação da oficina

Por admin

A paralisação da oficina de fabrico e reparação dos meios de locomoção, cadeiras de rodas e muletas para os portadores de deficiência, na província de Maputo, preocupa o Ministro dos Combatentes, Eusébio Lambo, que instou os gestores da mesma para elaborarem o mais breve possível um plano específico das necessidades, de modo a colocar a fábrica a funcionar no decurso do presente ano.

Eusébio Lambo, que visitou a oficina de produção de meios de compensação, em Boane, província de Maputo, ordenou os gestores da mesma para elaborarem um plano específico para que a fábrica volte a funcionar ainda no decurso do presente ano. O empreendimento foi construído no ano de 1998 por um missionário que a ofereceu a ADEMIMO no sentido de ajudar nos rendimentos dos seus associados. 

Porque não se justifica a paralisação, o titular do pelouro dos combatentes instou os gestores para fazerem a lista das necessidades quer em termos de matéria-prima, assim como em pessoal, nomeadamente, mestres ou instrutores dos alunos, “tudo na perspectiva de se colocar a fábrica a funcionar nem que seja a título experimental, enquanto se estudam outras formas para o seu arranque em pleno”.

Entre outras sugestões, o titular da pasta dos combatentes apontou por exemplo, que pode-se pedir ao Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP) a alocação de pelo menos um a dois técnicos que poderão formar os instruendos na própria oficina, “ao em vez de se deslocar a outras instituições especializadas o que acarreta custos”.

No tocante à matéria-prima, Lambo afirmou que não faz sentido que se paralise a fábrica devido à falta de madeira num país, detentor de largas florestas. “ Não é verdade que o MICO não está a honrar os seus compromissos, pois, compramos e aloucamos máquinas e outras ferramentas para pôr a fábrica a funcionar em pleno. Estamos perante a falta de iniciativas por parte dos gestores, o que pretendemos são soluções imediatas e uma delas pode ser adquirir dois a três metros cúbicos de madeira para pôr a fábrica a funcionar”, disse Eusébio Lambo.

A POSIÇÃO DOS GESTORES DA FÁBRICA

Entretanto, Manuel Chaúque, presidente da Associação Nacional dos Deficientes Militares, (ADEMIMO) acusa o Governo de não honrar os seus compromissos, mormente na aquisição de matéria-prima para o funcionamento da fábrica, segundo o memorando assinado no ano de 2010. Finca-pé, afirmando que o MICO não tem thonrado com este memorando, que, entre outras cláusulas, prevê a formação dos técnicos, bem como a garantia de matéria-prima para o funcionamento daquele empreendimento.

“Nós necessitamos de pelo menos 600 mil meticais para colocar a oficina a funcionar em pleno, bem como a formação dos nossos funcionários e isso não está a acontecer porque o MICO não está a honrar o memorando de entendimento assinado em 2010 onde estão claros as responsabilidades de cada uma das partes”,disse Chaúque, acusando a direcção de MICO de falta de colaboração, pois, no documento vinha que esta instituição devia no prazo de seis meses assegurar o arranque do empreendimento.

De referir que antes de escalar a oficina, Eusébio Lambo esteve no bairro Paulo Samuel Kamkomba onde se reuniu com os combatentes ali residentes, tendo sido discutidos entre outros aspectos, os inerentes às formas de acesso ao Funda da Paz, sobretudo, o preenchimento dos formulários dos projectos a serem financiados pelo fundo.

Combatentes já têm Centro

de Formação Técnico-profissional

Entretanto, ao contrário da letargia que se verifica na oficina de produção e reparação dos meios de compensação, Eusébio Lambo mostrou-se satisfeito com a iniciativa da Associação dos Deficientes Militares de Maputo (ADEMIMO) que decidiu transformar o Centro 4º Congresso, em Centro de Formação Técnico Profissional.

Trata-se de uma iniciativa inteiramente daquela associação que pretende promover actividades que culminem com a produção de conhecimentos e por esta via, imprimir nos combatentes iniciativas de empreendedorismo.

Até ao dia 30 de Marco último, este lugar acolhia pouco mais de 40 associados que lá residiam e que passaram para outras zonas, principalmente para as casas construídas na Matola-Gare (15 casas), enquanto outros aguardam a conclusão das obras em curso em Marracuene (19).

Falando a propósito do centro ora inaugurado, o governante mostrou-se satisfeito com a iniciativa, porquanto vai ajudar significativamente os beneficiários, uma vez que apesar da sua deficiência física, terão actividades de geração de renda.

Lambo foi mais longe ao afirmar que desde que assumiu o cargo de Ministro dos Combatentes foi pela primeira vez que testemunhava um projecto de grande dimensão feito pela iniciativa dos membros da ADEMIMO e baseado nos fundos de contribuição dos seus associados, embora se reconheça que houve uma contribuição do Município da Matola em cerca de 172 mil meticais no âmbito do programa do combate à pobreza urbana.

Num outro desenvolvimento, Eusébio Lambo instou os presentes a transmitirem estas experiências a outros combatentes espalhados pelo país, fazendo réplicas de projectos deste género. “Eu fico orgulhoso quando vejo combatentes que ontem só eram vistos como invasores de terras alheias ou das reservas de Estado, a tomarem iniciativas bastante criadoras e de uma projecção futurista segura”, disse Lambo.

Por sua vez, Alberto Chave Ngoma, delegado provincial da Associação dos Deficientes Militares de Maputo, deu a conhecer que a oficina geral comporta uma gama de serviços, como mecânica-auto, serralharia, soldadura, bate-chapa,  pintura, electricidade-auto e remendo de pneus.

Acrescentou ainda que o empreendimento visa ajudar a formação dos filhos dos combatentes e de outras pessoas singulares residentes nas proximidades. Ngoma fez saber igualmente que, a oficina está orçado em 480 mil meticais.

Deste fundo, 380 mil meticais é resultado da contribuição dos associados, o que é visto como exemplo ímpar e com impacto positivo no seio dos combatentes que já têm sete novos postos de trabalhos.

Para a operacionalidade da oficina, a ADEMIMO contratou dois mestres formados em mecânica geral, ois guardas, dois técnicos para velar pela criação de frangos e uma funcionária administrativa.

Neste momento, já se encontram em formação um total de 12 jovens todos filhos de combatentes, mas nos próximos tempos estarão abertas inscrições para a comunidade em redor da oficina e outras pessoas interessadas na formação. Uma outra actividade que entrou em funcionamento e que foi lançada com o testemunho do pelouro dos Combatentes é a componente produção de frangos.

No início deste projecto, os associados arrancaram com um total de 800 pintos e deste lote 730 tiveram um crescimento normal e a venda aconteceu exactamente sob olhar do Ministro dos Combatentes, Eusébio Lambo. Alberto Chave Ngoma disse ainda que a iniciativa tem uma rentabilidade aceitável e as condições estão criadas para que nada falhe.

Texto de Domingos Nhaúle
domingos.nhaule@snoticicas.co.mz

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana