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Os nossos destaques em 2015

Por admin

Todos os anos, no último domingo de Dezembro, o jornal domingo apresenta as suas escolhas, em termos de acontecimentos que marcaram o ano e também de figuras que se destacaram ao longo deste período. 

Estas escolhas são feitas por todos os jornalistas da Redacção e tem por finalidade realçar o que, na sua opinião, foi relevante e as pessoas que pela sua acção se superaram aos olhos do público.

Assim, os jornalistas deste semanário escolheram por consenso o fenómeno da perseguição e assassinato de pessoas com albinismo e depois a reacção das autoridades e da sociedade civil despoletada por causa dessa situação, como principal acontecimento nacional do ano que agora está a findar. Como principal figura nacional do ano, elegeram Calisto Cossa, por toda a actividade de vulto que tem vindo a desenvolver para fazer da Matola um município de referência. Contacto directo com os munícipes, por via da chamada “Presidência Sem Paredes”, construção de infraestruturas, onde despontam as vias de acesso, batalha para impor regras no ordenamento territorial, entre outros, são factos que convenceram os escribas a colocarem o edil da Matola, como figura do ano.

Aqui também publicamos a resenha do Sobe e Desce-2015, alinhando as figuras que foram mais referidas, tendo em conta as suas boas acções e aquelas que foram mais citadas pela negativa.

Nas várias secções do jornal, nomeadamente, na Política, Cultura, Economia e Desporto, também aparecerem destaques de acontecimentos e pessoas que foram referências em 2015, nessas mesmas áreas.

Fechamos depois com os Galarozes no Bula Bula onde satirizamos algumas figuras do mundo político, desportivo, cultural, pelas suas acções no ano agora a findar.

Ataques a albinos

são actos abomináveis

Durante o ano de 2015, foram reportados pela Imprensa vários casos de perseguição e ataque a pessoas portadoras de albinismo. Muito destes casos ocorreram na província de Nampula e foram retratados como macabros,  abomináveis e hediondos pela sociedade em geral.

O fenómeno da perseguição, rapto e assassinato de albinos não é novo em África. Já eram relatados casos ocorridos nos Camarões, Mali, Tanzânia e outros países africanos. No nosso país, nunca haviam sido relatados tantos episódios como ocorreu em 2015.

Logo nos princípios deste ano, já havia vários episódios de desaparecimento de albinos, o que levou as autoridades a lançar um alerta sobre a existência no país de uma provável rede caça de pessoas portadoras de albinismo para fins inconfessos.

É que a Polícia em Nampula chegou a ter indícios da existência de uma rede de captura de albinos naquela província, envolvendo, segundo se disse na altura, cidadãos provenientes dos Grandes Lagos, incluindo Tanzânia. O envolvimento destes estrangeiros teria a ver com o facto de nos seus países esta prática de caça ao albino ser recorrente, para alimentar circuitos de bruxaria.

Além de raptos e assassínios de albinos, os cemitérios passaram a ser visitados para se profanar túmulos e retirar ossadas humanas de albinos. Quase uma dezena de túmulos foram profanados em Nampula.

Em Massinga, Inhambane, Sul do país, surgiu um outro caso associado a rapto e assassinato de pessoas portadoras de albinismo, em que quatro indivíduos foram detidos associados a este tipo de crime.

Os indivíduos teriam começado por profanar túmulos onde foram enterrados albinos, de modo a retirar ossadas humanas que seriam vendidas a um empresário tanzaniano não identificado por quatro milhões de meticais. Chegaram a retirar as referidas ossadas, mas foram detidos com a mão na massa pela Polícia.

Só nos processos já conhecidos e nestes casos, a Polícia deteve cerca de 30 pessoas indiciadas de envolvimentos neste tipo de crimes, sendo que alguns dos detidos confessaram os seus crimes.

ACÇÃO DO GOVERNO

Este fenómeno ganhou contornos alarmantes. Por isso, o Governo e vários sectores da sociedade civil começaram a gizar acções de protecção dos albinos. Com efeito, nos princípios de Setembro último, o Executivo criou um grupo multissectorial com a missão de propor medidas concretas visando conter a onda de violência contra pessoas portadoras de albinismo.

Justificando a criação da comissão multissectorial, o porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde, afirmou que a mesma surge da constatação do aumento de casos de ofensas corporais, homicídios e desaparecimento de pessoas com albinismo, impondo-se o delineamento de medidas visando conter e proteger as vítimas.

Enquanto isso, o sector de Educação e Desenvolvimento Humano lançou em todas as escolas do distrito de Nampula uma campanha de protecção de pessoas de cidadãos albinos. A campanha visa despertar os alunos e a sociedade em geral sobre a importância da prevenção e combate ao rapto e assassinato de albinos. A campanha decorre sob o lema: “O albino é meu amigo”.

Calisto Cossa

edil de fato macaco

O presidente do Conselho Municipal da Matola, Calisto Cossa, é um edil de fato-macaco, pois trabalha no terreno, fora do seu gabinete, onde consegue aperceber-se melhor dos problemas dos munícipes que governa. Por toda a sua actividade em 2015, o domingo decidiu eleger-lhe como principal figura nacional do ano.

Ele criou desde a sua eleição para o cargo, a chamada “Presidência Sem Paredes”, onde realiza audiências públicas nos bairros e postos administrativos do município, resolvendo, quase, de modo informal, os problemas de cada munícipe que lhe contacta.

Nestas sessões, ele recebe centenas de munícipes que procuram soluções sobre os seus casos nos diferentes serviços prestados pela edilidade, desde gestão de solo urbano, gestão de resíduos sólidos, abastecimento de água, vias de acesso e habitação e regularização de talhões.

Calisto Cossa afirma que “Presidência Sem Paredes” é uma ferramenta que a edilidade aplica para interagir com os munícipes e identificar soluções locais para problemas locais.

Estamos a colocar o poder municipal no local de residência dos munícipes, porque entendemos que muitas vezes a solução dos problemas que os munícipes apresentam está mesmo ao nível local”, explica.

Aliás, logo no início desde ano, a 5 de Fevereiro, nas celebrações dos 43 anos da Cidade da Matola, que decorreram sob o lema “Matola, 43 anos inspirando-se nos seus munícipes”, Calisto Cossa, lançou os principais desafios que tinha para este ano.

Entre estes, figurava o reforço do elo de ligação entre os residentes do município da Matola e o governo local. Teve que meter mãos à obra para resolver o problema das infraestruturas danificadas pelas águas da chuva, reconstruir e reabilitar as vias de acesso, abrir valas para a passagem de água, fazer a reposição das bacias de retenção da água, entre outros aspectos.

Reabilitou as principais vias do município. Alcatroou novas vias de ligação entre os diversos bairros da edilidade. Abriu novas vias e ainda tem em projecto a melhoria de muitas outras vias de ligação intrabairro e inter-bairros. É um verdadeiro homem de acção.

Quem viaja por exemplo, por T-3, Ndlavela, Kongolote, 1º de Maio, visualiza ali obra feita de raiz e com qualidade nas vias de acesso entre estes aglomerados.

Iniciou este ano a batalha da regularização dos terrenos sem DUAT´s na Matola, um processo que abrangeu nesta primeira fase, espaços formais, isto é aqueles que são talhões registados e numa segunda fase, ao que se espera, espaços informais. Isto é, aqueles que foram distribuídos muitas vezes pelos nativos dessas zonas, ou por autoridades locais, sem intervenção do Conselho Municipal.

Futuros desafios

Porém, Calisto Cossa tem ainda vários desafios por ultrapassar. Por exemplo, em relação às vias de acesso, terá que trabalhar muito no sentido de melhorar, com vias de qualidade, os acessos que ligam o município de Maputo e da Matola, passando pelo rio Mulaúze. Neste momento, apenas uma está em condições, que é aquela que faz a ligação a partir da Avenida 4 de Outubro. Está ainda em construção a que liga Maputo e Matola através de Mulombela.

Mas todas as outras, que podiam permitir o escoamento do tráfego que sai de Maputo para os bairros de Matola, como Zona Verde, Ndlavela, T-3, 1º de Maio, estão literalmente danificadas, algumas destas, desde as cheias de 1977. Nas referidas vias, constam uma que liga os dois municípios a partir do Bairro de Bagamoio até T-3 e duas que ligam Zimpeto ao bairro da Zona Verde. Todas as pontecas destes acessos estão arrebentadas e por isso só circulam geralmente peões.

Em relação ao problema da recolha de lixo, nalguns dos bairros supracitados não se fazem recolhas de lixo e a maior parte deles nem sequer tem contentores, por isso, os munícipes armazenam os resíduos em espaços vagos, o que periga a saúde pública.    

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