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VASCO DA GAMA VERSUS NGUNGUNYANA: A MESMA VISÃO DETURPADA DO FUTURO

Por admin

E ambos sonharam um sonho, cada um o seu sonho na mesma noite” Génesis 40:5

De regresso à Terra, após três semanas na fantástica Índia, já com o meu joelho “recauchutado”, (fémur e tíbia artificiais), e a causarem-me dores horríveis para se adaptarem ao meu já velho membro inferior direito, (pois esta coisa de próteses é igualzinho a colocar um remendo (trapo) novo numa camisa ou calças velhas), vejo-me agora condicionado a fazer um esforço colossal para encontrar a melhor posição de como posicionar-me defronte da minha escrivaninha e descarregar alguma inspiração. Ainda com resquícios de temperos indianos (piripiri), no meu organismo, mercê a transfusão do sangue indiano recebido, e não só, não consigo esquecer-me completamente do sub-continente asiático, daqui remeter-me a um passado muito remoto (de séculos) a pensar no que realmente teria movido o intrépido marinheiro e navegador português Vasco da Gama, filho de Estêvão da Gama e de Isabel Sodré, a aventurar-se para tão longe da Europa, se seria somente a vontade de, em descobrindo o caminho mais curto que o levasse para lá, ter o tal monopólio do comércio das especiarias,que eram diversos produtos de origem vegetal, (flor, fruto, semente, casca). Só que, ele nem sonhava que hoje, a quimérica Índia, além de utilizar as especiarias na culinária, com fins de tempero e de conservação de alimentos, aplica-as no fabrico de medicamentos, farmácia, preparação de óleos, unguentos, cosméticos, incensos e aroma com sabor acentuado. Tirando a visão indiana sobre o papel da mulher, que é uma das maisarcaicas posturas humanas, retrógradas e inconcebíveis, (na Índia ainda vigora o sistema de castas e a transformação de seres humanos em “impuros”, que não fazem parte da sociedade, como se inexistissem), o país é hoje um campo fecundo para a tecnologia de ponta, oferecendo uma ampla variedade de tecnologias sofisticadas “TIC´s” a custos baixos para os compradores de tecnologia e provedores de soluções. Quando poiso os meus pés a realidade cá da casa, vejo-me a comparar aquele marinheiro ao nosso ultimo “Imperador de Gaza” Mdungazwe N’gungunyane Nqumalo, ou como o baptizaram os portugueses Reynaldo Frederico. O homem tanto andou a bater-se em defesa dos Minkanyi, ”Canhoeiros” existentes no seu Império, que forneciam-lhe a bebida necessária para se chafurdar naqueles regabofes só imaginados por um dos nossos melhores ficcionistas Hungulani Va ka Khosa, no seu “Wa Lalapihi”sem nunca passar-lhe pela cabeça que debaixo daqueles Canhueiros, existia uma das mais fabulosas riquezas, pois hoje, as areias pesadas de Chibuto são um dos recursos minerais estratégicos para o país. Estudos efectuados pelo então Ministério dos Recursos Minerais indicam a existência de mais de 72 milhões de toneladas de ilmenite cuja exploração levaria pelo menos 30 anos. De acordo ainda com os mesmos estudos, a área de concessão, calculada em 10.840 hectares, possui 2,6 milhões de toneladas de reservas provadas de zircão e 0,4 milhão de toneladas de rutílo. Tanto para o “Vasquinho” como para o “Fred” foi-lhes vedado a visão do futuro. Que pena!

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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