. Vastamente usadas para extracção de compostos e aplicáveis para diversos sectores, como o farmacêutico, industrial e químico, as suas folhas são vistas como fontes naturais de saúde
Vivemos num mundo onde pragas e doenças molestam plantas, animais e homens. Os remédios, esses, estão a mão de semear e muitas vezes pisamo-los, ignorando a sua importância. Depois da moringa, trazemos ao conhecimento dos nossos leitores os efeitos da margosa, uma planta que está na moda no Brasil e na Índia pelos resultados da aplicação de seus componentes na Farmácia e na Agricultura.
A azadirachta indica, mais conhecida por margosa, é uma árvore que está na moda na Índia. Germina e cresce com facilidade nos países de clima tropical como o nosso, podendo ser cultivada em regiões quentes e em solos bem drenados. Contudo, é resistente à seca.
Tem crescimento rápido, copa densa e capacidade para suportar condições extremas de calor como de Maputo, por exemplo. Conhecemos a planta nas terras tórridas do interior de Moatize, província central de Tete, onde a Vale Moçambique vinha massificando seu aproveitamento envolvendo camponeses do sector familiar no campo de reassentamento de Cateme.
Desde lá nunca largamos a planta, descrita como sendo de grande potencial terapêutico e insecticida, potencial demonstrado sobretudo no Brasil e na índia, onde configura importante terapia alternativa, graças aos já comprovados efeitos preventivos e curativos.
Naqueles dois países, a planta já é vista como “milagrosa” principalmente põe ser considerada constante fonte de novos e únicos compostos fotoquímicos sintetizados no desenvolvimento de novos fármacos contra várias doenças humanas.
Por outro lado, e como mais adiante veremos, o composto azadiractina exibe boa eficácia contra importantes pragas na agricultura.
A pasta resultante da prensagem das sementes da margosa vem mostrando um adubo promissor, desde que misturado a outras fontes mais solúveis em nitrogénio. Deste modo, a margosa pode ser usada não só na produção de pesticidas na agricultura familiar.
Ademais estudos feitos no Brasil e na Índia relatam efeitos do extracto de sementes sobre o crescimento e desenvolvimento dos estágios sexual e assexual do parasita humano da malária plasmodium falciparum (agente da malária), destacando-se, aqui, o efeito anti-plasmodial sobre parasitas já resistentes a outras drogas antimaláricas como a cloroquina e pirimetamina.
“MILAGRES” NA SAÚDE HUMANA
A planta é hoje considerada eficiente para cura e prevenção de várias doenças. Suas folhas, solúveis em água, possuem propriedades antissépticas, ou seja: podem ser usadas no sentido de degradar ou inibir a proliferação de microrganismos presentes na superfície da pele e mucosas. Daí que podem servir para desinfectar ferimentos, evitando ou reduzindo o risco de infecção por acção de bactérias ou ferimentos.
Por outras palavras: as folhas da árvore possuem propriedades curativas para feridas e sarna, muito pela acção de flavonóides que contêm propriedades antibacterianas e antifúngicas.
Por outro lado, estudos apontam que extractos das folhas, aplicados no creme dental, reduzem a placa bacteriana e têm bons efeitos no tratamento de gengivites e periodontites.
Sobre os efeitos do extracto de casca do caule foram observadas acções gastroprotectoras e de inibição da ulceração gástrica. Além disso, outros estudos apontam o extracto da casca como bastante útil no tratamento de diabetes.
Extractos das folhas e sementes também funcionam como repelente natural no uso doméstico, auxiliando no combate a malária.
A margosa serve também para ajudar no tratamento da acne, alergias da pele, artrite, bronquite, cancro, colesterol, conjuntivite, corrimento, diabetes, dor de ouvido, dor de dente, encefalite, dor de cabeça, enxaqueca, febre, gripe, resfriado, problema de fígado, infecções urinárias, tuberculose, vermes e problemas de rins.
No tratamento da diabetes recomenda-se chás feitos na base de cinco gramas de folhas da planta em um litro de água. A fervura é durante vinte minutos. Bebe-se três xícaras por dia.