A China tem em manga uma carteira de projectos a implementar em Moçambique a breve trecho. Este ano vão arrancar as obras de construção de um centro cultural, uma escola universitária, um edifício para pessoal médico, uma pediatria, entre outras intervenções socioculturais.
“Nunca passamos cheque sem cobertura”, disse o embaixador Sun Jian,jurando fidelidade à tradição chinesa “dito e feito”.
Este histórico parceiro de Moçambique vai financiar a construção de um Centro Cultural sino-moçambicano e um edifício para a Escola de Comunicação e Artes (ECA) na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a pioneira e maior do país, em Maputo. As respectivas obras arrancam este ano e estão orçadas em 100 milhões de dólares norte-americanos.
O Centro Cultural Moçambique-China será a maior obra da cooperação sino-moçambicana nos últimos 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
A infraestrutura, um espaço digno para intercâmbio cultural, contará com um teatro moderno para mil e 500 pessoas (público em geral) e um outro pequeno teatro para 500 pessoas, especifica e especialmente profissionais do mundo das artes.
A construção de raiz de um edifício para a Escola de Comunicação e Artes vai aliviar a UEM, uma vez que a actual escola funciona em instalações privadas alugadas para os cursos de Ciências de Comunicação, Ciências de Informação e Música e Teatro.
O embaixador da China acreditado em Moçambique, que revelou estes projectos em entrevista exclusiva ao jornal domingo, disse ainda que, igualmente, com financiamento chinês, sob forma de ajuda gratuita e empréstimos sem juros, o seu país vai construir um edifício residencial de seis a sete andares para médicos moçambicanos e chineses.
Os projectos chineses no país incluem ainda a construção de um edifício para os Serviços de Pediatria no Hospital Central da Beira (HCB), capital provincial de Sofala, uma escola profissional em Nampula, bem como a reconstrução do Porto de Pescas da Beira, através de empréstimo concessional da China.
A China vai inaugurar ainda este ano o centro de dados de Moçambique no Parque de Ciência e Tecnologia em Maluana, distrito de Manhiça, na província de Maputo, no âmbito da governação electrónica plasmada pelo Executivo moçambicano.
“Nunca passamos cheque sem cobertura”,disse o diplomata, jurando fidelidade a tradição chinesa “dito e feito”.
O modelo de cooperação, que a China adoptou para Moçambique, está focalizada na construção de infraestruturas, formação de recursos humanos e industrialização, áreas que a China considera que impulsionam o desenvolvimento rápido e sustentável.
“Nos próximos anos, a aposta o do governo chinês é contribuir para ajudar a resolver problemas essenciais de Àfrica, como a industrialização da economia, produção e segurança alimentar e criação de mais emprego”, disse Sun Jian, acrescentando que “a cooperação está no caminho do progresso económico, industrial e social”.
Em 2014, o valor das trocas comerciais entre a China e Moçambique cifrou-se em 3,6 mil milhões de dólares, um aumento de 119% em comparação com o ano anterior (2013) e o volume de investimento atingiu os cinco mil milhões de dólares.
COOPERAÇÃO CHINA-ÁFRICA EM NÚMEROS
· Mais de três mil empresas chinesas operam em África;
· Mais de um milhão de chineses trabalham no continente;
· Mais de três milhões de turistas visitaram países africanos;
· A China contribui com cerca de 20 por cento para o crescimento económico de África;
· A China é o primeiro parceiro comercial de África nos últimos seis anos;
· As trocas comercias sino-africanas atingiram 221 mil milhões de dólares só em 2014;
· A China construiu 4.507 quilómetros de estradas em África;
· A China construiu 5.675 quilómetros de linha férrea;
· A China construiu mais de 200 escolas, 68 hospitais, 30 centros de tratamento de malária, 14 aeroportos, 12 portos, 64 centrais térmicas (ou hidroeléctricas), 76 estádios nacionais, 15 Palácios da Assembleia da Republica (Parlamentos), 34 edifícios governamentais, nove centros de conferências internacionais;
· A China já enviou para África 24 mil médicos de várias especialidades;
· A China concedeu 7.300 bolsas de estudo só em 2015;
· Mais de 80 mil africanos beneficiaram de formação técnico-profissional providenciada pela China;
· A China concedeu ajuda militar gratuita de 100 milhões de dólares para a Força de Intervenção Rápida da União Africana;
· A China já enviou mais de 30 mil capacetes azuis para manutenção de paz em África;
· A Moeda chinesa Yuan é cotada no mercado mundial à semelhança do dólar;
· A China é a segunda economia mundial depois dos Estados Unidos da América.
