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República do Malawi aumenta importação informal de milho

Por admin

Dados recentes divulgados pela Fewsnet (Rede dos Sistemas de Aviso Prévio contra a Fome) indicam que a importação informal do milho já atingiu 25 por cento, visando aliviar a escassez do produto no Malawi.

Normalmente, Malawi importa milho a partir de Moçambique e da Zâmbia através do sector informal,   mas na presente campanha agrícola as quantidades superam dos anos anteriores.

Cerca de 3 milhões de malawianos estão afectados pela fome devido a seca causada pelo fenómeno El Nino. Os especialistas indicam que sempre que há uma queda na produção do milho no Malawi, há uma tendência para o aumento da importação informal do produto a partir de Moçambique e da Zâmbia.

No caso de Moçambique, Malawi importa informalmente milho a partir dos distritos fronteiriços de Tsangano, Angonia, Morrumbala, Milange, Mandimba, entre outros.

Até ao mês de Abril próximo Malawi vai necessitar de cerca de 18 mil toneladas de milho, avaliadas em cerca de 3 milhões e meio de dólares para alimentar as vítimas da fome. No entanto, o milho importado informalmente não é suficiente para preencher o deficit nacional de cerca de 366 mil toneladas. ​

 Maior parte dos agregados familiares enfrentam uma crise alimentar sem precedentes e vão precisar  de assistência humanitária até ao próximo mês de Abril.

Esta crise poderá contribuir para manutenção ou agravamento dos preços dos alimentos até ao início da colheita da segunda época. Regra geral, os preços dos alimentos começam a baixar em Março no Malawi mas este ano o cenário será diferente.

As organizações não-governamentais lançaram uma campanha de advocacia visando incentivar os os malawianos a diversificar a produção para não depender apenas do milho.

Por outro lado, a continua depreciação do kwacha, tem vindo a afectar a importação do milho, a base de alimentação dos malawianos.

Presentemente um dólar equivale a 730 kwachas, limitando deste modo a importação de milho e a estabilização dos preços no mercado.

Neste contexto, os preços do milho vão continuar a aumentar provavelmente até meados de 2016 em toda a região e particularmente no Malawi devido a continua depreciação do kwacha .

Nos armazéns do Estado um saco de 50 quilogramas de milho é vendido por 5 mil e 500 kwachas, o equivalente a 375 meticais para as camadas vulneráveis e cada pessoa tem direito a 20 quilos.

 No circuito comercial o mesmo o saco de 50 quilogramas de milho está a 15 mil kwachas, o equivalente a mil meticais.

Estes preços são insustentáveis para a maioria dos malawianos que vivem no limiar da pobreza.

Mesmo aqueles que trabalham não ganham o suficiente para comprar um cabaz alimentar para o mês inteiro.

 

 

 

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