A eleição da nova direcção da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), presidida por Alberto Simango Jr., foi o acontecimento mais badalado do futebol moçambicano em 2015. Ao fim de oito anos de mandato, Feizal Sidat deixou a cadeira de presidente do organismo, onde na presidência do malogrado Mário Esteve Coluna, ocupou a pasta de vice-presidente.
Simango derrotou com votos os concorrentes Teodoro Wate, Manuel Chang e Enoque João, depois de uma campanha em que da sua boca se ouviu dizer “ quando for eleito os Mambas estarão em todos os CANs e Mundiais.” E terá sido por isso que a Nação inteira recomendou voto à sua pessoa.
Simango ganhou as eleições mais mediatizadas de sempre, em que quem perdeu reconheceu a potencialidade de quem melhor convenceu os presidentes das associações provinciais.
O teste ao novo elenco federativo foi a organização das poules de Norte, Centro e Sul de apuramento para o Moçambola 2016. Esperava-se de tudo menos de escândalos como foram os resultados de Ferroviário de Pemba, 11- Liga Desportiva de Pemba, 0 e Ferroviário de Lichinga, 17 – Liga Desportiva de Monapo, 0, na poule Norte.
Sem que houvesse algum trabalho de investigação para se saber se teria havido ou não viciação de resultados, embora os número espelhassem a isso, a FMF decidiu por agendar aquilo que chamou de “jogo de finalíssima” entre os dois principais actores dos dois escândalos, o que foi tido de precipitação. Se na verdade tivesse havido conclusão de que houve viciação de resultados, a medida nunca podia ser a de premiar dois dos viciadores com jogo de finalíssima para o apuramento do que se pretendeu chamar de verdadeiro representante da Zona Norte. O assunto ainda faz correr tinta, com o Benfica de Monapo a reivindicar o estatuto de digno representante do norte, já que aos que violam a verdade desportiva só merecem despromoção da alta competição.
Escândalos também foram algumas arbitragens do Moçambola, o que demonstrou fraqueza nos árbitros, os mesmos exibiram défice de formação. Aliás, em 2015 alguns árbitros estiveram mais ao seu serviço que do futebol, extorquindo clubes de dirigentes inimigos da verdade desportiva.
Por fim assistimos aos afastamentos dos Mambas, primeiro do CAN interno, cuja fase final se realiza no Ruanda próximo ano (Moçambique.5- Seychelles, 1; Seychelles o -Moçambique, 4; Zâmbia, 3 – Moçambique, 0 Moçambique, 1 – Zâmbia, 1)) e do Campeonato do Mundo – Rússia 2018 (Moçambique, 1 – Gabão, 0; Gabão, 4 – Moçambique, 3). E tudo indica que não dificilmente chegaremos ao CAN de Gabão 2017, para qual já perdemos em casa por 1-0 diante de Ruanda e com Maurícias por 1-0. Falta o último jogo da primeira volta contra Gana, com qual abriremos a segunda volta, seguindo-se os jogos com Maurícias e Ruanda.
A promessa eleitoral de Alberto Simango Jr já foi beliscada, pois não se vai ao CAN Ruanda 2016 e ao Mundial – Rússia 2018. Que se diga tudo para justiçar este primeiro fracasso de Simango Jr., a verdade é uma: o prometido jamais será cumprido, porque no futebol também não basta querer, é preciso preparação e organização.
Em nenhum momento Simango disse que consigo os Mambas iriam a todos CANs e Mundiais se encontrasse tudo bem preparado e organizado, pelo que são descabidas as desculpas com os seus adeptos procuram tapar o seu primeiro fracasso, em função das suas promessas. O que ele dizia é de que bastava ser ele o eleito para ir a todas fases finais de futebol, em África e no Mundo. Ele ganhou. Agora falta ele fazer ganhar o país para se chegar onde prometeu.
E fique seguro de sempre terá o apoio do Estado, do público, do empresariado e dos jogadores. Talvez lhe falte apoio das pessoas que escolheu para o seu elenco.
Durante o ano de futebol houve outras coisas que o desporto não preciso, como as dívidas de salários que o Desportivo de Maputo mantém com os seus jogadores, esses que mesmo esfomeados trabalharam e impediram a equipa voltar a descer do Moçambola. E a ida tardia dos Mambas ao Gabão, cujos motivos um dia terão que ser devidamente informado aos moçambicanos. Nunca se tinha a Selecção nacional tinha viajado para tão longe no dia de jogo decisivo como aquele que perdeu por 4-3 nas grandes penalidades, depois de 1-0 ao fim dos 120 minutos (90 do tempo regulamentar e 30 de prolongamento.), dia em que os Mambas superaram a desorganização da nova federação de futebol.