Lourenço Manglaze veio à nossa redacção para tornar publica a sua intenção de se candidatar ao cargo de presidente da Federação Moçambicana de Boxe (FMBoxe). Ele acha que é chegado o momento de a modalidade ser dirigida por pessoas que brilharam do ringue.
“ Quero ser o próximo presidente da Federação Moçambicana de Boxe para salvar a modalidade das mãos dos intrusos. Só eu, acompanhado de outros antigos pugilistas, posso recolocar o boxe no ringue em todo o país”, assim começou por dizer Lourenço, actualmente presidente da Associação Moçambicana de Pugilistas, uma instituição com estatutos reconhecidos pelo Estado moçambicano.
-“Não se compreende que até hoje não se pratique boxe em Tete, na Zambézia, em Cabo Delgado, no Niassa em Gaza, em Inhambane e na província de Maputo. Aquilo que se passa nas províncias de Manica, Nampula e Sofala é o martelamento da modalidade…O boxe não merece tanto castigo”, defende.
“Para mim, o boxe morreu logo que Spiros saiu da federação. De lá para cá é um nado morto nas mãos de Big-Ben, que um dia lhe admirei como homem apaixonado pelo desporto e hoje estou decepcionado com o seu trabalho como presidente da federação. Ainda bem que já diz que está de saída e que está arrependido em ter vindo para o boxe. Quer dizer, ele próprio está a abrir portas para eleições antecipadas. A sua saída vai permitir que o boxe passe a ser dirigido por quem o conhece, nesse caso Lourenço Manglaze.”
Manglaze considera que “um presidente federativo tem de ser um homem de inclusão e não exclusão. Não pode trabalhar com uns e negar trabalhar com outros. Não pode ter clubes amigos e clubes inimigos. Deve tratar todos por igual, como se de pai fosse. Tem de reconhecer aqueles que fizeram a modalidade em tempos muito mais difíceis atravessados pelo país. Trazê-los de perto para servirem de fontes de inspiração para os mais jovens. Não faz parte do desporto não lembrar os ídolos das modalidades. Não se pode fazer desporto sem conhecer a sua história.”
Caso consiga chegar a presidência da FMBoxe, Manglaze promete melhor boxe de sempre para o país.
“ Comigo se fará melhor boxe de sempre em Moçambique, promovendo-se o amadorismo e o profissionalismo. Temos que apostar no profissionalismo para chamar mais jovens ao boxe. Se o futebol já é profissional no país, que medo existe em profissionalizar o boxe? Eu já dei um passo em frente ao criar Associação Moçambicana de Pugilistas. As pessoas recordam do primeiro combate semi-profissional que organizei com apoio do empresário Shafee Sidat opondo Paulo Jorge e o malogrado Nelson Benjamim. Quando chegar a presidência da federação, os nossos pugilistas vão poder viver do boxe.”
O mandato do actual presidente da FMBoxe, Benjamim Uamusse (Big-Ben) termina em 2016. E vem dizendo que não vai se recandidatar.