Vinte e três artistas moçambicanos juntaram-se e resolveram homenagear o Pintor Victor Sousa, através de uma mostra que engloba pintura, arquitectura, cerâmica, fotografia e outras expressões artísticas.
A mostra está patente Mediateca do BCI – Espaço Joaquim Chissano, em Maputo.
Autor de uma das obras mais vastas no panorama artístico moçambicano, Victor Sousa, dirigiu-se aos presentes na inauguração da exposição dizendo: “Sinto-me grande e tão cheio de pessoas que me querem bem. Encorajam-me a continuar a fazer algo mais do que sei e gosto pelas artes e pelos apreciadores de Arte. Espera-se de mim que fale daquilo que se calhar falaria na escola. Só quero dizer muito obrigado por tudo, do fundo do meu coração”.
Para o Administrador do BCI, Luís Aguiar, “Nas 23 obras de 23 artistas, homenageia-se não só Victor Sousa mas sobretudo a Arte Moçambicana em todo o seu valor, uma vez que estas obras têm como base de inspiração o trabalho de alguém que está no mundo artístico há cerca de 40 anos e em várias vertentes artísticas. O resultado dessa inspiração e do confronto de ideias está aqui diante dos nossos olhos para ser contemplado”. Aguiar afirmou que a mostra é mais do que uma homenagem. “Esta exposição é igualmente um encontro de gerações de fazedores de arte, contando, por um lado, com a experiência bem alicerçada de Noel Langa, Ídasse, Mankeu, Gemuce ou o olho de Funcho e, por outro lado, com a irreverência característica da juventude de Pekiwa ou de Tsenane.”
Jorge Dias, Director da Escola Nacional de Artes, enalteceu Victor Sousa, considerando-o homem e artista. “Foi meu professor na ENAV e que é dos primeiros modernistas moçambicanos, aqueles que são a vanguarda da arte moçambicana, e que teve a sabedoria que vai para além do que temos em termos de técnica, temática, e que é do domínio do saber ser e estar nas Artes Plásticas”.
Referiu ainda que “o princípio desta homenagem é olhar para Victor Sousa não só como professor, que ele foi na ENAV, mas também como o professor que é no dia-a-dia; como o artista que é, não o de estilos, mas da gravura, da cerâmica, da escultura; como o pintor da festa da moçambicanidade ”.
Em representação dos artistas, Tsenane aclamou o Mestre Victor Sousa. “Alguns dos artistas que hoje te homenageiam, mestre, beberam muito do teu conhecimento. Ao se aproximarem de ti, foram bafejados com uma lufada de vento inspirador e contagiante. Resta-nos agradecer os teus feitos que engrandecem as Artes Plásticas dentro do país e as projectam além-fronteiras”.