No rio Chire, um velho batelão, que funciona à manivela, garante a travessia de pessoas e bens para o distrito de Morrumbala, na Zambézia, e para Mutarara, na província de Tete. Os condutores suam as estopinhas para fazer aquela embarcação deslizar sobre aquelas águas povoadas por tilápias e medonhos crocodilos.
Alguns passageiros desentorpecem os músculos dando uma mão ao homem da manivela. Todos transpiram. E a barcaça vai lenta. Lentíssima. Nas margens, a população local refresca-se em banhos. Despidos de medo. Dizem que estão vacinados contra as investidas dos jacarés. Os forasteiros torcem o nariz e se afastam da água para não virar personagem de estórias de sorte e azar.
Olhares: Carlos Uqueio