O Presidente da República, Filipe Nyusi, destacou a qualidade arquitectónica do novo Mercado do Peixe, um empreendimento construído com base num cofinanciamento dos governos de Moçambique e do Japão.
Falando no acto inaugural daquela infra-estrutura, na passada quinta-feira, o Chefe de Estado disse que gostaria de ver mercados daquela dimensão, por exemplo em Metangula, Paquite, Tete, Tofo, Ilha de Moçambique, entre outros lugares, de grande potencial turístico e de desenvolvimento da actividade piscatória.
A obra que nos convoca para este local é uma infra-estrutura moderna para servir aos produtores, comerciantes e consumidores de produtos pesqueiros. Contribui para gerar emprego, incrementar a produtividade e competitividade da economia pesqueira, mas também para se alimentar com peixe em condições de sanidade e qualidade. Com este empreendimento, iremos melhorar de forma sustentável a qualidade das infra-estruturas pesqueiras, dando um estímulo para a promoção da actividade produtiva dos agentes económicos ligados à pesca de pequena escala, realçou Nyusi.
Tal como enalteceu, com aquela infra-estrutura recém inaugurada, orçada em cerca de 366 milhões de meticais, os agentes económicos são pressionados a responder com um aumento significativo de captura do pescado.
Filipe Nyusi disse ter ficado particularmente satisfeito pelo facto de, na fase da construção do Mercado do Peixe de Maputo, terem sido criadas oportunidades de 216 empregos directos, devendo ainda aquela infra-estrutura acomodar 150 vendedores de pescado e 96 agentes de comercialização de refeições.
O Mercado de Peixe é um local de encontro, de convívio, de laser e onde se consome do que há de melhor do produto “Made in Mozambique”. Neste mercado cruzar-se-ão pessoas de diversas origens, etnias, opções políticas e crenças religiosas. Este encontro de moçambicanos é um veículo catalisador da unidade nacional, da paz e da afirmação da nossa moçambicanidade. É um espaço de reconciliação onde se vai promover o diálogo multifacetado. Serve como plataforma para a geração de negócios e disponibilização de produtos do mar muito apreciados pelos munícipes de Maputo e visitantes. O Mercado de Peixe de Maputo é um verdadeiro viveiro de empregos e campo de trabalho para incubar e potenciar os grandes empresários do amanhã, acrescentou.
Filipe Nyusi deixou ficar algumas recomendações para os gestorese utentes daquelas infra-estruturas, nomeadamente a necessidade de apostarem numa gestão competente, criteriosa e transparente do empreendimento, não só para que sirva como um mercado de referência, assim como de garantir a conservação, manutenção e operação adequadas.
Educar e assegurar que o munícipe faça o uso correcto da praia. Mesmo animado pela boa refeição, evitando usar a praia em condições não recomendáveis ou deixar nela resíduos sólidos. Através de um aperfeiçoado sistema de comunicação e informação, contribuir para combater alguns desmandos que se verificam ao longo da marginal. Garantir o uso sustentável da infra-estrutura para que possa perdurar por muitos anos e cumprir a sua função económica e social, referiu.
Por sua vez, o Embaixador do Japão, Akira Mizutani, destacou o facto do governo do seu pais, cercado pelo mar e historicamente com uma larga cultura gastronómica de frutos do mar, estar a contribuir nas últimas décadas para o desenvolvimento do sector das pescas em Moçambique, através de vários projectos, dentre os quais a reabilitação dos portos de pescas de Maputo e de Quelimane, bem como da Doca Seca do Porto de Quelimane, capital da província da Zambézia.
Estou confiante de que este mercado contribuirá, não apenas para a revitalização da pesca e melhoria do sistema de distribuição de pescado, mas também para todos os aspectos do desenvolvimento industrial, frisou aquele diplomata.
O presidente do Município de Maputo, David Simango, disse que, para garantir que o novo mercado seja operado em moldes que facilitem o trabalho dos respectivos operadores, foi realizado um trabalho de treinamento de técnicos, operadores e pescadores, em matérias de manipulação e manuseamento do pescado, de gestão, assim como do uso adequado do equipamento existente naquela nova centralidade municipal.
HISTORIAL
DO MERCADO
Simango recordou que, o mercado de peixe, nasceu em 1984, quando um grupo de vendedores se perfilava ao longo da marginal para comercializar mariscos.
Dado ao perigo a que estavam expostos na via pública, parte dos vendedores passaram a ocupar de forma informal um espaço baldio, movimento que daria lugar ao agora extinto Mercado de Peixe “A Luta Continua”.
O novo Mercado de Peixe de Maputo é constituído por um edifício principal com 100 bancas, parque de estacionamento para 125 viaturas, seis praças de alimentação de 50 mesas cada, com capacidade para servir 1200 pessoas em simultâneo, serviços bancários como “ATMs” e “POS`s”, arcas para conservação de pescado, máquina de produção de gelo, espaço para tratamento de pescado, sistema de tratamento de águas residuais, sanitários públicos, posto de transformação de energia, 48 quiosques subdivididos em tipo-1, tipo-2 e tipo-3.
Além de membros do Conselho de Ministros, marcaram presença no acto o titular da pasta do Mar, Águas Interiores e Pescas, Agostinho Monjane, a Governadora da Cidade de Maputo, Iolanda Cintura, deputados da Assembleia da República, membros da Assembleia Municipal e do secretariado do partido Frelimo na capital do país.
Benjamim Wilson