A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica procedeu, quinta-feira passada, à remoção de material bélico armazenado na casa de hóspedes da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), em Revuê, no distrito de Sussundenga, na província de Manica.
Trata-se de duas armas do tipo AKM-47, seis granadas e quantidades de munições de diversos calibres encontradas guardadas num cacifo dentro dum armário de uma residência no recinto da Central Hidroeléctrica de Revuê.
O chefe do Departamento de Relações Públicas no comando provincial da PRM, em Manica, Leonardo Colher, disse que o material foi encontrado graças denúncias populares.
Referiu que a Polícia foi informada sobre a existência dos artefactos de guerra e tomou medidas para a sua apreensão. As armas estavam num dos quartos da casa de hóspedes da empresa EDM, desconhecendo-se a sua proveniência e destino.
“Não conhecemos a proveniência do material. Na verdade trata-se de armas de fogo, munições e algumas granadas que foram retiradas do lugar onde estavam escondidas. Uma equipa da PRM foi destacada para o terreno para remover o material. Estamos a investigar a proveniência do material porque queremos saber porque e como é que foi parar ali e com que objectivo”, disse Leonardo Colher.
A EDM em Manica já veio a público explicar os contornos da descoberta de artefactos de guerra numa das residências da empresa em Revuê. O director de divisão de produção na EDM- Centro, Sérgio Sacama, disse que as armas podem ter sido colocadas no cacifo do armário da casa durante a guerra de desestabilização do país que durou 16 anos.
Contou que no período de conflito armado, aquela subestação foi atacada por duas vezes, sendo a primeira em 1979 e a segunda vez em 1980. O último ataque deixou quase todas infra-estruturas de produção destruídas, facto que fez com que o Governo colocasse uma guarnição militar no interior da subestação.
“No período de guerra tivemos militares que residiam no recinto da subestação para garantir a segurança da central. Depois apareceu um grupo de cidadãos russos que viveram naquela casa durante três anos. Podem ter sido eles que deixaram as armas que serviam para a sua segurança. Estamos a tentar trazer historial deste lugar para ver se conseguimos encontrar a origem do material”, disse Sérgio Sacama, que acredita serem artefactos que não têm nada a ver com a empresa EDM.
Domingos Boaventura
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