Dhlakama apareceu esta semana a dizer que não quer a guerra e não vai fazê-la e tem sido um pacifista, mobilizando os seus homens para não a fazer. Mas ao mesmo tempo que faz estas afirmações, age de maneira oposta.
Com efeito, chegaram a Bula Bula relatos de que a "perdiz" tem estado a recrutar homens, sobretudo jovens, nas províncias do centro do país, prometendo emprego e bolsas de estudo.
Alguns dos aliciados afirmam que os recrutadores tem estado a falar de emprego numa suposta nova polícia e em novas instituições que, entretanto, vão ser criadas "quando Dhlakama começar a governar as províncias onde ganhou", uma falácia bizarra e inqualificável, porque as eleições de Outubro último visavam eleger o Presidente da República, os Deputados da AR e os membros das Assembleias Provinciais e não outra coisa qualquer, que está agora a ser maquinada pela Renamo.
O aliciamento de jovens e homens incautos para empregos inexistentes parece ser uma outra estratégia para engrossar as fileiras dos homens armados daquele partido armado e que teima em não querer desarmar-se.
Bula Bula chama atenção à juventude para não se deixar levar por vãs promessas, porque podem levar a um beco sem saída. No início da dita guerra dos "16 anos", muitos jovens foram aliciados pela mesma Renamo, com bolsas de estudo no exterior e depois foram desembocar nos campos de treinamento da Rodésia do Sul, hoje Zimbabwe, e da África do Sul do apartheid, e forçados a fazerem uma guerra sangrenta contra os seus próprios irmãos.
Tempo depois, como muitos já não aderiam ao movimento dessa forma e não acreditavam no movimento, a Renamo passou a engordar as suas fileiras com recurso a raptos e intimidação de jovens e até de crianças, forçados também a fazerem a guerra.
Por isso é preciso tomar todo o cuidado, porque, em tempos de dificuldades, muitos bons moçambicanos podem pensar que as coisas são como o maná e caem do céu, por isso não é necessário esforçar-se em nada e deixando se levar pelas facilidades, caindo facilmente em armações perigosas.
É preciso estar contra este modo de ser e estar, que é uma mentalidade tacanha e preguiçosa.
Bula Bula pensa que a nossa aposta como bons moçambicanos deve ser, na verdade, na valorização do trabalho, sabendo que ao valorizá-lo estamos a reconhecer a dignidade de quem trabalha, e como consequência, aumentarmos a produtividade, para sairmos da dependência e da pobreza. Valorizar o trabalho como condição da dignidade humana, da nossa dignidade.
Por isso, caro jovem, esteja atento a quem chega com falas mansas e doces, prometendo mundos e céus, falando sobre empregos e bolsas…