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“Na LAM há uma cumplicidade doentia”

Por Domingos Nhaúle
  • afirma João Matlombe, ministro dos Transportes e Logística, em entrevista exclusiva ao domingo

O processo da reestruturação da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) é irreversível e até ao fecho desta edição estava prevista a chegada de duas aeronaves para reforçar a frota. A garantia foi dada pelo ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, em entrevista exclusiva ao domingo, na qual sublinha que na companhia de bandeira há uma “cumplicidade doentia”, em que ninguém dá informação, a começar pelo servente até ao gestor do topo, mesmo a solicitada pelas instituições de Justiça.

Durante a conversa, outros temas como a certificação dos motoristas para conduzir o transporte público de passageiros; a construção de uma ramal da linha férrea Baixa-Estádio da Machava; retoma do projecto Trânsito Rápido par Autocarros (BRT), o passe escolar para os estudantes e a prevenção dos acidentes de viação foram abordados.

Está no Ministério dos Transportes e Logística há cerca de 11 meses. Que avaliação faz do transporte público de passageiros?

Temos desafios do novo ciclo de governação, que são sobejamente conhecidos por todos nós, sobretudo nas grandes cidades e ao longo do país, que ainda persistem. Portanto, encontramos uma situação adversa resultante, obviamente, das manifestações que ocorreram no início do presente ano, o que de certa forma perturbou o sector e a economia do país.

Tivemos que repor uma série de danos que foram causados em todos os sectores para garantir que o Estado voltasse a funcionar normalmente. Dizer que o sector dos transportes sofreu bastante, mas dentro do que estava previsto conseguimos desenhar um programa para a melhoria do transporte público, que consiste na assistência a todos os municípios do país, para se garantir melhor serviço de transporte nas zonas urbanas.

Lançámos um concurso para aquisição de cerca de 300 autocarros que já está na fase final, e a ideia é entregar até ao primeiro trimestre de 2026. Em princípio, as cerimónias centrais terão lugar na província de Nampula e serão dirigidas ao mais alto nível. Estamos a dizer que numa primeira fase os meios serão entregues nas zonas Norte e Centro, enquanto a segunda será para a região Sul.

Está a dizer que este é o “master plan” para solucionar a crise dos transportes?

Existem várias iniciativas que acreditamos que, bem implementadas, podem mudar o estágio actual. Uma delas é potenciar o transporte ferroviário, sobretudo na Área Metropolitana do Grande Maputo. Fizemos um teste para analisar como é que podemos fazer isso e vimos que, em média, são transportados por dia cerca de 3 mil passageiros. É uma área em constante crescimento, designadamente nas cidades de Maputo e Matola e nas vilas municipais de Boane e Matola-Rio. Aliás, com a introdução do sistema intermodal conseguimos aumentar o número para cerca de 5 mil pessoas, o que significa que houve um incremento de quase mais de 70%. Esta é uma experiência que pretendemos consolidar para reduzir o custo de transporte. Leia mais…

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