A situação na Guiné-Bissau é extremamente complexa e o seu histórico, desde a proclamação da independência em 1974, revela uma característica de sucessivos golpes de Estado, nomeadamente 1980, 2003, 2012, para além de várias tentativas fracassadas, como em 2011, 2022 e 2023. Então, não me parece estranhos os últimos acontecimentos. A afirmação é de Hilário Chacate, docente de Relações Internacionais, Contemporâneos e Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, na Universidade Joaquim Chissano (UJC), quando instado pelo domingo a pronunciar-se sobre o golpe de Estado ocorrido na quarta-feira em Guiné-Bissau, na sequência das eleições presidenciais e legislativas de 23 de Novembro corrente.
Explica que um dos aspectos que pode estar por detrás dos sucessivos golpes é o facto de as forças armadas sempre estarem profundamente politizadas e as elites políticas lutarem entre si para conseguir influenciar a aproximação aos guerrilheiros, em defesa dos seus interesses.
O outro fenómeno que fragiliza aquele país da África Ocidental e cria instabilidade política, segundo a fonte, tem a ver com o facto de os políticos estarem profundamente ligados às agendas económicas.
Entende que mais do que isso, há até acusações de algumas elites estarem ligadas ao narcotráfico, o que, de alguma forma, torna o cenário extremamente complexo e, acima de tudo, uma carência de instituições independentes capazes de regular a governação. Leia mais…

