Desde o dia 14 de Novembro, milhares de crianças moçambicanas entram oficialmente no período de férias escolares. Para muitos pais e encarregados de educação, isto significa reorganizar as rotinas e garantir mais refeições ao longo do dia, numa altura em que aumentam os pedidos de refrigerantes, “snacks” e bolachas.
Mas, além desta logística familiar, há uma questão mais profunda: a forma como alimentamos as crianças nunca é apenas doméstica. Ela reflecte desigualdades económicas, decisões políticas, estratégias de mercado e uma lenta mudança no nosso sistema alimentar.
Em Moçambique, onde cerca de um terço das crianças menores de cinco anos sofre de desnutrição crónica, enquanto surgem sinais crescentes de excesso de peso infantil, estas férias evidenciam contrastes marcantes. Nos centros urbanos, é cada vez mais fácil aceder a “fast food”, refrigerantes e alimentos ultraprocessados. Já nos bairros periféricos e nas zonas rurais, a realidade é bem diferente para muitas crianças, para as quais a refeição escolar, agora suspensa até ao regresso às aulas, era a única garantia de um prato completo. Leia mais…

