O potencial marítimo de Moçambique é sobejamente conhecido e cobiçado, são mais de 2700 quilómetros da costa, com várias cidades-chave costeiras, como Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, que potencialmente poderiam integrar a cabotagem na logística interna.
Entretanto, apesar deste potencial, menos de um por cento da carga nacional é transportada por via marítima de cabotagem, contrariamente a Estrada Nacional Número Um (EN1) que domina estes serviços com cerca de 46 por cento do fluxo total.
A cabotagem é vista pelo Ministério dos Transportes e Logística (MTL) como uma área que deverá transformar a logística nacional, impulsionando a eficiência, a integração regional e a sustentabilidade. Porém, ainda enfrenta barreiras que minam essa vontade, nomeadamente infra- estruturas limitadas, burocracia, assimetria na movimentação de carga e custos impeditivos.
Recentemente, o Governo relançou a cabotagem, anunciou a aquisição de novos navios, incentivos fiscais e o envolvimento institucional. No entanto, ainda há passos que devem ser seguidos para garantir o sucesso integral deste desiderato como é o caso de investimentos nos portos secundários (Quelimane, Angoche e Mocímboa da Praia), isenção de serviços marítimo (pilotagem e rebocadores), redução de custos de manuseio portuário, simplificação dos processos regulatórios (serviços aduaneiros), além de garantir volumes consistentes de carga e sustentar parcerias público-privadas de longo prazo. Leia mais…

