- domingo visitou o Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, guardiã de obras que, entre várias temáticas, retratam o sofrimento causado por conflitos armados
A criação artística é muitas vezes representada pela fragmentação e recomposição da realidade. Desse modo, aspectos da vida humana são projectados sob diferentes ângulos que suscitam múltiplos pontos de vista aos olhos dos destinatários geralmente não idealizados.
Algumas manifestações artísticas, pelos seus motivos temáticos, apenas ganham o real sentido de ser quando expressam de forma nua e crua a sua motivação.
No Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia (Museo Reina Sofia), lugar histórico de Madrid, Espanha, visitado recentemente pelo jornal domingo, o pensamento segundo o qual os espelhos são usados para ver o rosto, e a arte para ver a alma, encontra respaldo a avaliar pela exposição de uma temática dominante no dia-a-dia dos mortais: o sofrimento humano causado pelas guerras.
É a mão do artista que denuncia os azedumes, as barbaridades que ocorrem na vida dos povos, nas suas mais variadas multiplicidades. Pela mão do mestre chega-se aos “Aviões negros (1937)” em forma de arte, na qual o seu autor, Horacio Ferrer, utiliza a imagem de mulheres a fugir da guerra com os filhos nos braços, recorrendo a um traço preciso que se conforma com crítica social.
A criação artística cumpre, dessa forma, o seu papel. De contrário, não faria tanto sentido pois não deixa de ser consensual que, mais do que “cumprir” a função lúdica, ela deve servir para transformar mentes (função pedagógica), trazê-las à razão por intermédio da emoção.
Assim, a selecção das obras albergadas no “Museo Reina Sofia” dá, para gáudio dos amantes das artes e não só, indicações de uma intenção de denúncia da dolorosa situação da guerra, sendo por tal que, embora coexistam diversas tendências artísticas, o realismo parece predominar nas criações. Leia mais…
