TEXTO DE CARLOS UQUEIO
Numa era em que tudo cabe na palma da mão, da amizade à fé, do trabalho ao prazer, o vício também encontrou abrigo ali. O jogo de azar, que antes exigia portas pesadas de casinos e noites escondidas entre copos e fumaça de charutos, agora se apresenta polido, colorido e sedutor nos nossos próprios telefones. E entre esses jogos, há um nome que tem feito estragos profundos em silêncio: Aviator.
Pode parecer apenas mais um aplicativo. Um avião que sobe e, quanto mais sobe, mais dinheiro promete ao apostador. A ilusão é simples: se clicar para “sacar” antes que ele caia, o jogador lucra. Mas se errar o tempo, perde tudo. Um jogo de reflexo, dirão alguns. Um passatempo. Mas quem já caiu nessa pista sabe que o Aviator não é jogo, é vício travestido de distração, um plano bem desenhado para aprisionar.
Conheci essa tragédia de perto. Um amigo meu, empreendedor humilde, montou um pequeno bar na zona. Contratou uma colaborada que parecia Leia mais…