-afirma Yanisa Yusuf, psicóloga e especialista em Psicanálise Clínica e Cultural
“Ainda não temos o hábito e cultura de falar das nossas dores com receio de que a sociedade nos julgue. Mas também o facto de vivermos num contexto em que a doença é considerada como tal, quando é física ou visível, não tem ajudado. De facto, a saúde mental ainda não é tida como doença”. Este é o pensamento de Yanisa Yusuf, especialista em Psicanálise Clínica, durante uma conversa descontraída que teve com o domingo, numa das salas onde atende os seus pacien tes, na sua maioria mulheres, ajudando-as a conhecerem-se melhor e terem clareza dos efei tos das dores que as afectam.
A psicanálise ainda é uma nomeclatura da ciência de saú de mental pouco conhecida no nosso contexto. Ela dedica-se à análise do inconsciente para compreensão de comporta mentos e emoções do humano.
Yanina Yusuf atenta-se à investigação sobre a invisibi lidade da violência doméstica na nossa sociedade. Algo que a inquieta. “Não falo só de vio lência, mas também da opres são que a mulher vive. Da falta de liberdade de poder ser, de poder desejar, de poder sonhar. Ela é vista como aquela que tem que crescer, casar e ter filhos. Isso vejo não só na cultura indiana da qual eu faço parte, mas também na cultura moçambi cana, onde estou inserida. Estas limitações sempre me fizeram confusão”, aponta.
Além da terapia de grupo, nos últimos tempos tem privi legiado o atendimento indivi dual, uma forma que, segundo aponta, tem-se mostrado eficaz para o contexto local. Leia mais…
