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Agricultura vai crescer na ordem de seis por cento

Por admin

O Ministério da Agricultura (MINAG) prevê, para a presente campanha agrícola, em todo o país, um crescimento na ordem de seis por cento, um pouco mais do que a cifra alcançada no ano passado. As culturas que vão contribuir grandemente para o incremento são o milho, o arroz, a mapira e as leguminosas.

O Director Nacional da Agricultura Mahomed Valá, disse que outras culturas que vão elevar a produção agrícola na presente campanha são o amendoim que existe a venda no mercado nacional e os feijões que, em algumas zonas do país, são considerados alimentos de base. 

As oleaginosas, tais como soja e gergelim, tem contribuído grandemente para a balança de pagamentos e para esta campanha não será diferente. Aliás, o gergelim já está a ser exportado para alguns mercados asiáticos, sobretudo o Japão.

“Decorre já a preparação de terra para o plantio das leguminosas. Vamos promover uma lavra intensiva de produtos frescos para que possam abundar no nosso mercado. Temos tomate e repolho que são culturas que nos fazem competir com a África do Sul e, se continuarmos assim os produtores, vão tê-los como culturas de eleição para colocar no mercado nacional”.

domingoapurou que o sector da agricultura produziu, na campanha passado, em todo o país, cerca de 2.3 milhões toneladas de produção de cereais diversos, perto de 550 mil toneladas de leguminosas e nas raízes e tubérculos foram produzidos mais de oito milhões de toneladas.

Segundo Mahomed Valá, as culturas de rendimento, nomeadamente algodão, castanha de caju, entre outros, ultrapassaram a fasquia de 100 por cento, em termos de crescimento inicialmente previsto. O tomate, gergelim, soja, cana-de-açúcar e a banana também estiveram acima das metas traçadas.

De uma forma geral, pode-se dizer que a produção agrícola foi positiva assumindo que ultrapassamos aquilo que era o nosso plano e atingimos um crescimento de cerca de 5.6 por cento”, disse.

Apesar do crescimento acima das metas, no começo do ano passado, devido as cheias que se verificam sobretudo nas províncias do sul do país foram perdidas pouco mais de 270 mil hectares, dos quais cerca de 140 mil hectares foram perdidos na província de Gaza.

No entanto, foi possível recuperar a produção perdida devido à pronta intervenção tanto do MINAG como de outras instituições, nomeadamente o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), o governo e o cometimento dos agricultores afectados.

O tecido económico agrário repôs-se muito rapidamente, diferentemente dos anos passados em que nós ficamos mais ou menos até os meses de Agosto e Setembro para repor alguma segurança alimentar”.

A título de exemplo, um dos distritos mais afectados pelas cheias foi Guijá, em Gaza, mas dois meses depois, em Maio, os agricultores estavam a efectuar a primeira colheita de milho, isto porque o MINAG disponibilizou sementes logo que as chuvas cessaram.

 

Investimentos

por todo país

 

Segundo Mahomed Valá decorrem investimentos agrícolas um pouco por todo país, tendo citado como exemplos, o projecto Prosul, financiado pelo Fundo Internacional para o desenvolvimento da Agricultura (IFAD. Numa primeira fase este programa vai prestar assistência a mais de 20 mil agricultores.

Outro investimento que está em curso é o Projecto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável (PROIRRI), financiado pelo Banco Mundial, que abarca as províncias de Zambézia, Sofala e Manica, este vai assistir, directamente, a cerca de 16 mil produtores e indirectamente a pouco mais de 80 mil produtores, está virado para a massificação da cadeia de hortícolas, arroz e produção por contrato, seja de cana-de-açúcar e outras culturas que estiverem no mercado.

O nosso jornal apurou que está em curso um investimento que tem como finalidade prestar assistência técnica aos agricultores, sobretudo no que concerne à extensão, este vai decorrer em 46 distritos e visa dar um pendor muito forte aos serviços de extensão porque o extensionista é o professor do camponês na adopção de novas tecnologias.

O director nacional da agricultura disse também que o Banco Islâmico de Desenvolvimento está a investir na reabilitação de sete mil hectares do Regadio do Chókwè. Outros investimentos são para a massificação da produção de soja que poderá ser, nos próximos anos, uma das bandeiras de Moçambique.

A soja não é um alimento de base mas se conseguirmos produzir em grandes quantidades podemos nos tornar em grandes produtores de frango nos próximos anos e reduzir a importação deste”.

Na Zambézia, a OLAM Moçambique está a investir mais de 35 milhões de dólares norte-americanos para dar corpo ao desafio do aproveitamento do potencial agro-ecológico das baixas de Mopeia para produção do arroz em grandes quantidades, para abastecer o mercado nacional.

 

Parcerias

na produção de arroz

 

Mahomed valá mostrou-se optimista quanto à produção de arroz. Contou à nossa Reportagem que, para que os dois regadios da província de Gaza voltem a figurar nos maiores produtores deste cereal, é necessário garantir a reabilitação e reestruturação das infra-estruturas existentes.

Citou como exemplo, a pronta intervenção do governo aquando das cheias do ano passado na reabilitação dos rombos na Barragem de Massingir, diques de protecção e evitar a intrusão das águas no sistema de regadio. As obras não foram executadas na totalidade, pois esperam-se outras intervenções de parceiros internacionais.

Por outro lado, há parcerias que estão a ser consolidadas para que os produtores tenham acesso a fertilizantes e as respectivas sementes a preços competitivos. “Há um trabalho que está a ser efectuado tanto no Baixo Limpopo como em Chókwè, através das duas empresas públicas, que consiste na aquisição de maquinaria para a nivelar os campos que é principal condição para o aumento da produtividade”. 

Dados em nosso poder indicam que actualmente são produzidas, em todo o país, cerca de 350 mil toneladas de arroz em casca, o que corresponde a 40 por cento daquilo que é a meta traçada. Entretanto, acredita-se que com o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário consubstanciado com o Plano Nacional de Investimento Agrário (PNISA) nos próximos cinco a importação do arroz vai reduzir significativamente.

Valá garantiu que aquela instituição tem mantido conversações com parceiros internacionais bem como empresas privadas nacionais para que apostem no cultivo do arroz, tendo como fim último o aumento da produção deste.

Estamos a olhar para várias parcerias mas a principal é a Público Privado e as Comunidades porque os empresários estrangeiros um dia podem deixar o nosso país, mas o conhecimento vai ficar”, disse.

 

Produção de açúcar

no bom caminho

 

Na campanha passada a produção da cana-de-açúcar foi de mais de três milhões de toneladas, sendo que prevê-se, para esta campanha, um incremento para pouco mais de quatro milhões de toneladas nas açucareiras que operam no país, nomeadamente Xinavane, Marragra, Dondo e Marromeu.

O investimento na cana é sólido sem contar que tem uma vertente social muito forte. A título de exemplo, logo que a empresa de Xinavane foi revitalizada, o movimento da mão-de-obra aumentou; são cerca de 700 trabalhadores empregados com salários fixos”, disse Valá.

O nosso entrevistado disse ainda que está previsto um investimento na construção de uma fábrica na zona de Massingir, em Gaza, que conta com uma quota de moçambicanos como accionista e vai empregar cerca de 1400 pessoas. Com este investimento o nosso país poderá estar nos grandes patamares na produção de cana-de-açúcar.

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