As cheias, que se registaram no início do ano que está prestes a terminar, provocaram a destruição de cerca de quatro mil quilómetros da rede nacional de estradas, tendo originado a redução do índice de transitabilidade em 13 por cento.
Segundo anunciou o vice-ministro das Obras Públicas e Habitação, Francisco Pereira, a danificação verificada obrigou à elaboração de um programa de intervenção de emergência de curto e médios prazos.
Entretanto, o sector de estradas nacional reuniu-se, na sexta-feira passada, em Maputo, com os parceiros de cooperação para fazer a avaliação conjunta do desempenho de 2013, tendo sido registado um grau de realização física de 42 por cento e, ao nível financeiro, em 31 por cento.
O desempenho moderado verificado ao nível do primeiro semestre deste ano, segundo foi realçado na Reunião Semestral do Sector de Estradas, terá sido em parte motivado pela ocorrência dos fenómenos climatéricos que o país registou no arranque de 2013.
Sabe-se que, o facto de quase toda a rede nacional de estradas ser interceptada por bacias hidrográficas, levou a que o Governo delineasse estratégias de mitigação dos efeitos que se fazem sentir nas vias rodoviárias do nosso país.
O director-geral da Administração Nacional de Estradas (ANE), Atanásio Mgunhe, realçou que o Conselho de Ministros deliberou a criação de uma equipe de emergência, virada para intervenções pontuais em prazos curtos, órgão que já se encontra operacional.
Por sua vez, o vice-ministro das Obras Públicas e Habitação disse que, face às insuficiências que ainda se verificam no capítulo da manutenção, o Governo decidiu embarcar num curto prazo num programa de concessões ao sector privado de troços que apresentam um bom estado de transitabilidade.
Para inverter o curso dos acontecimentos, de acordo com Francisco Pereira, está a ser implementado um programa de apoio ao sector privado, com vista à capacitação para responderem às exigências do programa de estradas.
Enrico Strampell, que falou em nome dos parceiros de desenvolvimento do sector de estradas, reiterou a necessidade de se efectuar uma revisão das estratégias ao nível do sector, implementando-as de acordo com as novas realidades, e a planificação deve ser elaborada com base nas experiências passadas.
O representante dos parceiros de desenvolvimento vincou a necessidade de não se perder de vista a questão da manutenção periódica das vias, bem como da elaboração de uma programação de investimentos nas infra-estruturas rodoviárias em períodos de médio e longo prazo, entre outros aspectos transversais de funcionalidade do sector de estradas nacionais.
Benjamim Wilson