O Ministério das Pescas, em parceria com as Universidades Eduardo Mondlane (UEM) e Federal de Amazonas do Brasil (UFAM), vai introduzir, no próximo ano lectivo, um curso de licenciatura em Produção Pesqueira na base de um acordo técnico científico assinado pelas partes.
Conforme soubemos, está tudo a postos e o acordo foi firmado quarta-feira última entre o Ministro das Pescas, Victor Borges e pelo Vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Helinaldo Narciso Lima para a introdução do referido curso na Escola Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER) de Vilanculos, província de Inhambane.
Trata-se de uma iniciativa resultante do Memorando de Cooperação Técnico-Científico e Cultural assinado em Março último, entre as três instituições, e será implementado a partir do próximo ano.
Agora será criada uma comissão tripartida encarregue de acertar os últimos detalhes para que as aulas iniciem em 2014 na ESUDER em Vilankulo.
Nesta instituição será ministrado o curso de tecnologia pesqueira, área descrita como sendo importante para o sector que carece de quadros com formação específica.
Igualmente, existe um contacto avançado no sentido de se introduzir um curso de Aquacultura no Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG) em parceria com a Universidade de Santa Catarina também do Brasil.
“Pretendemos com estes cursos usar as melhores tecnologias na produção pesqueira em termos de capturas, promovendo a aquacultura com um conhecimento cada vez mais sólido”, disse Borges.
Adiante, o ministro referiu que o actual núcleo duro do sector pesqueiro é constituído na sua maioria por biólogos, veterinários e agrónomos que detém um conhecimento geral e não específico sobre a produção pesqueira.
“Agora pretendemos aprofundar esses aspectos, criando cursos específicos e uma massa crítica que possa levar a cabo os desígnios do Governo em produzir cada vez mais peixe nas capturas e sobretudo na aquacultura onde o potencial é enorme”, explicou a fonte.
Por sua vez, o Vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Helinaldo Lima explicou que a sua instituição irá prestar apoio técnico-científico a Universidade Eduardo Mondlane, com vista a criação de um curso de licenciatura em pescas.
Lima aclarou que a UFAM possui experiência na pesca interior visto que a Universidade de Amazonas se situa no interior do país, portanto sem mar, por essa razão foi aperfeiçoando a prática da aquacultura.
Actualmente possuem formações em licenciatura e pós graduação em Engenharia de Pescas e vão transmitir esse conhecimento a Moçambique através do Ministério das Pescas e da UEM, formando docentes e proporcionando outro tipo de apoio com vista a materialização do convénio.
ORÇAMENTO CRESCENTE
O orçamento do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Aquacultura (INAQUA) tende a crescer de ano para ano. Este ano são 120 milhões de meticais provenientes do orçamento do Estado e de parceiros de cooperação.
“Ainda estamos na fase de encerrar o processo, mas temos a convicção de que o próximo será melhor que este, pois para além do Orçamento do Estado prevemos receber outro apoio de pelo menos três parceiros”, garantiu o ministro.
O crescimento da aquacultura de pequena escala é notório junto dos piscicultores que desenvolvem esta prática, porém o governante defende que os beneficiários é que estariam em melhores condições de se pronunciar.
Os dados estatísticos indicam que actividade cresceu 60 por cento nos últimos tempos, embora reconheça que o objectivo de chegar a 2014 com uma produção de quatro mil toneladas não será alcançado.
Apesar disso as autoridades do sector não esmorecem, pois o potencial da aquacultura no país é enorme acima de três milhões de toneladas.
“É por isso que apostamos forte nesta área, porque acreditamos que a partir da piscicultura iremos compensar a baixa captura que registamos nas águas marinhas”, sublinhou Borges.
Jaime Cumbana