O Ministro da Cultura, Armando Artur, visitou há dias, em Maputo, o cinema Charlot para apurar o grau dos estragos havidos aquando do incêndio, assim como prestar solidariedade aos
gestores da sala que estão agastados com o incêndio que devorou quase tudo.
Anteriormente designado por cinema Infante, a sala foi debelada por chamas em grandes proporções, tendo causado prejuízos enormes. Suspeita-se que o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito havido numa das lojas adjacentes àquele espaço culturale que lentamente foi evoluindo até atingir a sala de exibições de filmes.
No local, Armando Artur, que foi para dar sua palavra de solidariedade aos gestores d constatou que o incêndio transformou a sala do Charlot em cinzas. o facto foi agravado pela falta de equipamentos para debelar as chamas por parte do Corpo de Salvação Pública, que pediu ajuda ao serviço de bombeiros dos Aeroportos de Moçambique.
Segundo Mahomed Issa, gerente da Adam Issa filmes, empresa que gere o cinema desde 2000, os trabalhadores da salvação pública tinham falta de quase tudo, desde máscaras e luvas apropriadas para combaterem o fogo que actuava com intensidade.
“Se o fogo tomou aquelas proporções e trouxe-nos tantos danos uma parte da culpa é dos bombeiros. É que quando nos apercebemos do fogo, a primeira coisa que fizemos foi chamá-los e simplesmente não tinham material, tanto mais que nem conseguiram arrombar a loja que sofreu o curto-circuito. Acreditamos que poderiam ter evitado que as chamas se alastrassem tanto”, lamentouMohamed Issa.
Mais adiante, Issa falou do significado do que ardeu. “Doeu-nos bastante o que aconteceu. Vimos o fogo a destruir o que fazia parte das nossas vidas sem poder fazer nada. O nosso maior socorro veio dos Aeroportos de Moçambique que disponibilizou-nos um carro com água, mas que infelizmente veio tarde de mais e não foi a tempo de ajudar a salvar o cinema”.
Armando Artur afirmou que o sucedido é uma grande perda, uma vez que o Cinema Charlot era uma das poucas salas de cinema que o país dispunha e que ainda dedicava-se a apresentação de filmes. Por isso aconselhou aos proprietários do espaço cultural a estabelecer parceria com algumas instituições com vista a reconstrução da sala.
“Nós vamos emitir credenciais e cartas abonatórias para ver se encontramos financiamento e parcerias para reerguer essa grande casa da cultura”, disse Armando Artur.
Entretanto, pesar de nada ter restado da sala de projecções, desde a plateia, balcão, até o tecto da sala principal, Mahomed Issa ressalvou ainda que vão iniciar na presente semana a limpeza daquele local e ver o que é aproveitável, para posterior início das obras de reabilitação.
Refira-se que o fogo iniciou por volta das 23 horas do passado dia 15 e só foi possível controlar quando eram sete horas do dia seguinte.