O crescimento continuado do consumo de electricidade, de combustíveis fósseis e do recurso às fontes alternativas de energia, com particular destaque para a intensificação do
aproveitamento da energia solar constituem alguns das principais realizações levadas a cabo pelo sector da Energia de 2004 a esta parte.
Na componente de fornecimento de energia eléctrica, a Electricidade de Moçambique (EDM) se destaca pelo facto de ter conseguido levar a electricidade a cerca de um milhão e duzentos mil clientes (em 2013) contra escassos 173 mil registados no ano 2000, o que se traduz em cerca de 10 milhões de beneficiários directos de electricidade, conforme números divulgados recentemente.
Por meio de medidas de incentivo geográfico, o governo tem estimulado o alargamento da rede de postos de abastecimento de produtos petrolíferos nas zonas rurais, acção que tem sido desencadeada pelo Fundo Nacional de Energia (FUNAE) e, no domínio da importação de combustíveis, Moçambique tem contribuído para a protecção do meio ambiente adoptando especificações mais exigentes no que respeita à qualidade dos produtos a serem adquiridos.
Também foi de 2004 a esta parte que o gás natural se consagrou como produto de consumo directo (como combustível para viaturas e para a cozinha) e indirecto, através da produção de energia eléctrica. Aliás, de 2009 a 2013, o gás natural passou a representar quase o dobro da oferta da energia hidroeléctrica actualmente produzida em Moçambique.
“Por meio de programas de eficiência energética e do lançamento de programas de utilização do potencial solar térmico o Governo dá provas e dá passos seguros no seu compromisso de estar cometido a contribuir para a concretização de um ambiente melhor, que permita que as gerações vindouras possam disfrutar de um futuro mais próspero e mais sustentável”, indica o Ministério da Energia.
Em termos de realizações concretas, o sector de Energia realça que foi durante os últimos anos que Moçambique passou a jogar um papel importante como exportador de electricidade a nível regional, graças à capacidade instalada de 2075 MegaWatt (MW) na Barragem de Cahora Bassa, e também graças aos cerca de cinco triliões de pés cúbicos (TCF) de volume de gás natural nas reservas de Pande e Temane, na província de Inhambane.
O consumo de electricidade no país cresceu de forma constante com o Produto Interno Bruto (PIB) no período 2001-2006. No entanto, a partir de 2006, o consumo de electricidade cresceu 1,6 vezes mais rapidamente do que o PIB, evidenciando a intensificação no uso da electricidade da economia nacional.
Durante o período 2000-2013, a produção de electricidade no país cresceu a uma média de aproximadamente cinco por cento por ano, tendo atingido cerca de 16.482 GigaWatt/hora (GWh) em 2011 e quase toda a geração de electricidade no país provém de fonte hídrica instalada na Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB). Com efeito, a HCB gera cerca de 98 por cento de toda electricidade produzida em Moçambique e, em 2011, cerca de 73 por cento da produção foi exportada, em comparação com os 80 por cento no ano 2000. Excluindo a MOZAL, que consome cerca de 75 por cento da energia eléctrica disponível no país, o consumo de electricidade cresceu a uma média de 8.3 por cento por ano desde o ano 2000.
HCB: impulsionador
Moçambique é o maior produtor de electricidade em África, seguido pelo Egipto, Zâmbia, Nigéria, Congo Democrático, Gana e Zimbabwe e quase toda a sua produção provém da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (2075 MW), complementada pelas barragens de Mavuzi, Chicamba e Corumana, construídas pela EDM.
O processo da reversão da Barragem de Cahora Bassa permitiu que, em 2007, o Governo de Moçambique passasse a deter 85 por cento das ações desta companhia e, em Abril de 2012, o governo português retirou-se completamente deste empreendimento, sendo que as acções que detinha (15 por cento) sido adquiridas pela EDM (7,5 por cento) e pelo grupo REN (7,5 por cento).
Entretanto, um ano antes, a HCB aumentou consideravelmente a sua produção em resultado da entrada em funcionamento do quinto gerador instalado na barragem, que era mantido em reserva. Por causa disso, as vendas da HCB para EDM cresceram 14,4 por cento ao ano em média, tendo atingido o pico em 2011 com 3.587 GWh, o que corresponde a 89 por cento da energia total da EDM.
A EDM efectuou, em média, trinta e três mil (33.000) ligações de novos clientes por ano no período entre 2000-2006, tendo aumentado o seu esforço neste sentido a partir deste período para uma média de 120 ligações ao ano entre, 2007 e 2011 e, graças a um recorde de 163.000 alcançadas em 2012, a EDM ultrapassou a fasquia de um milhão de clientes.
Graças aos programas de electrificação, a rede da EDM atingiu um nível crescente das famílias localizadas em zonas rurais e de baixa renda nos últimos 10 anos e, como resultado deste aumento significativo de pequenos consumidores domésticos, desde 2001, o consumo médio, por cliente doméstico vem diminuindo a uma taxa de 6 por cento.