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Revolta na Matola “700”

Por admin

Utentes da Avenida da Liberdade, no município da Matola, mostram-se agastados com o estado da via e decidiram, por isso, colocar barricadas como forma de desencorajar a circulação de viaturas em alta velocidade.

Tudo se deve ao facto de na altura da reabilitação da rodovia, feita recentemente, não se terem colocado lombas que evitariam atropelamentos. Outro aspecto que indigna os populares é a formação de nuvens de poeira de cimento sempre que os automóveis circulam nas imediações dos quintais.  

Com uma extensão de três quilómetros, a Avenida da Liberdade, no Município da Matola, que até bem pouco tempo se encontrava degradada, beneficiou recentemente de uma reabilitação do tipo terraplanagem, uma obra levada a cabo pela empresa Concord Construções.

Confirmamos no local que o material usado na reparação da via, base de cimento, está de facto a provocar nuvens de poeira em toda a extensão.

Agastados com a situação, moradores e comerciantes locais, decidiram montar barricadas, usando troncos, pedregulhos e pneus, como forma de obrigar os automobilistas a abrandarem a velocidade.

Em conversa com a nossa equipa de Reportagem, os moradores e comerciantes explicaram que tomaram aquela decisão “pois, o pó de cimento estava a afectar sobremaneira a saúde dos moradores e a ter impacto negativo no rendimento da actividade comercial.”

domingoconstatou que naquela via os utentes circulam com as narinas protegidas por lenços . Os comerciantes chegam a usar máscaras, como forma de evitar a inalação do pó. Regar a via na parte frontal dos estabelecimentos comerciais chega a ser uma maneira de reduzir o impacto do problema. 

Os automobilistas por seu turno, são obrigados a fazer gincanas para não irem contra os obstáculos colocados na estrada.

Reproduzimos, a seguir, depoimentos de cidadãos que protestam o estado daquela importante via no município da Matola.

 “As minhas crianças

 estão sempre constipadas”

Domingos Machonga, residente na Avenida da Liberdade, no bairro da Matola “B”, disse ao domingo que a poeira inalada já está a trazer problemas de saúde à sua família.

“Os meus filhos andam constipados há duas semanas. Estamos a passar mal. Colocamos troncos para desencorajar o excesso de velocidade aqui nesta estrada. Tudo fica impregnado de poeira do cimento”, disse.

 

Para Machonga, o município devia avançar com uma solução definitiva, porque se assim continuar, mais problemas de saúde surgirão. 

“Já enviamos

uma carta ao município”

Marta Rosa, moradora na Matola B, informou-nos que os moradores se reuniram semana finda e escreveram uma carta sobre a situação ao Município da Matola. Aguardam pelo pronunciamento daquela edilidade. “A avenida já se encontrava bastante degradada e cheia de buracos, por essa razão ficamos felizes quando se anunciou a sua reabilitação. Entretanto, quando as obras terminaram, ficamos preocupados com a poeira que se levanta por aqui. Por isso, enviamos uma carta ao município para vermos resolvido este caso”, afirmou.

“Barricadas

não são solução”

Alson Culhe, automobilista, defendeu que reabilitação da estrada constitui uma mais-valia para os munícipes da Matola. No entanto, entende que existe necessidade de rever a situação das barricadas, pois perigam o movimento dos automobilistas.

A estrada é bem-vinda e entendemos a existência de transtornos por causa da formação de nuvens de poeira. Contudo, estas pedras e troncos criam condições para acidentes. É preciso haver uma solução para que a avenida seja útil para todos nós”, afirmou.

“De nada

adianta fazer limpezas”

António F. Massango, comerciante que tem o seu estabelecimento localizado naquela avenida, referiu que após a reabilitação da via, a limpeza na sua loja passou a ser feita várias vezes ao dia.

Defende que a via deve ser regada com água regularmente, pois “esta poeira vai nos trazer problemas sérios, já que se trata de cimento, um produto químico muito perigoso”, alertou.

O nosso entrevistado disse ainda que o estado em que se encontra a estrada é de carácter temporário. “Fizemos terraplanagem daquela estrada que consistiu na colocação de solos vermelhos, material granular de diferentes tamanhos e, para fechar os porros, foi colocado pó de pedra misturada com uma percentagem de cimento”, explicou Melo.

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