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“Estes grupos pretendem criar pânico na sociedade”

Por admin

O porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), falando semana finda no programa “Grande Debate” da Televisão de Moçambique (TVM), a propósito dos crimes 

violentos que estão a ser praticados pelo chamado G-20 (Grupo de 20) nos bairros do Município da Matola, disse que “este grupo não é constituído apenas por simples malfeitores que pretendem apoderar-se do que é alheio, ao nosso ver, pretendem criar uma espécie de pânico na sociedade, criar um ambiente de uma desvalorização total, um estado de insegurança nas pessoas”

Acrescentou que a Polícia estava “a multiplicar os trabalhos de patrulhamento em diversas zonas. Há um esforço que está a ser empreendido no sentido de localizar este grupo”.

Confrontando com uma pergunta sobre a alegada inércia da Polícia perante estas situações, Pedro Cossa admitiu que pode haver uma certa razão em se afirmar isso, “mas também é preciso lembrar que a Polícia faz, por um lado, um trabalho de prevenção à criminalidade com o apoio das comunidades, por outro, a Polícia faz um trabalho de prevenção e combate de acordo com a capacidade instalada. Ou seja, de acordo com materiais e meios humanos de que dispõe. Não é possível termos um (agente da) polícia por cada metro quadrado. A nossa capacidade instalada, neste momento, não nos ajuda a isso”, disse.

 

Cossa explicou que quando se fala de meios humanos e materiais desejáveis, quer-se referir a uma situação em que “tivéssemos determinados polícias em cada área que delimitamos. Mas é necessário lembrar que no século XXI, o primeiro polícia que temos é o cidadão e depois é que encontramos o polícia fardado. O segundo polícia é o convencional, formado pelo Estado para proteger o cidadão. O grande problema, que temos, é que o cidadão poucas vezes denuncia (os criminosos) ”, defendeu.

Esclareceu que os polícias (vulgo cinzentinhos) que “vemos na rua são parte da guarda e segurança pública tanto em Maputo como em qualquer ponto do país. Temos um patrulhamento realizado a civil que o polícia vai para o interior dos bairros para ajudar a despistar os malfeitores. Esses indivíduos, quando detectam um movimento estranho, são os que accionam os polícias fardados para que tomem medidas”.  

Pedro Cossa afirmou que “estamos a atravessar um período com casos de furto de viaturas, às vezes com recurso a armas de fogo. O problema da segurança não é só da Matola, é de todo o país. Matola é uma parte que preocupa a Polícia”.

 

O porta-voz do Comando-Geral da PRM garantiu ter sido já accionados mecanismos de funcionamento para prevenir a criminalidade nas comunidades locais. “Continuamos a trabalhar e vamos devolver a tranquilidade para os bairros afectados. Esses indivíduos podem ter a certeza que vão ser localizados e a sociedade saberá quem são eles. Porque as pessoas não podem andar à vontade, isto vai terminar”.

À questão que corre de boca-em-boca nos bairros afectados, segundo a qual, os bandidos que aterrorizam a Matola seriam reclusos da BO e outras cadeias e também indivíduos de conduta duvidosa que estariam a ser soltos das esquadras para cometer estes crimes e depois regressar à reclusão, sendo por isso que não apanhados, porque já estariam nas cadeias, Pedro Cossa reagiu nos seguintes termos: “Isto é um boato. O que sabemos é que, provavelmente, parte destes indivíduos que até assassinaram a polícia foram transferidos (do Comando da Cidade) para a BO. Algumas pessoas regeneram-se e reconhecem que agiram contra a lei. Mas outros não percebem porque o juiz agiu daquela maneira (condenando-os) e voltam à mesma situação. Aí as comunidades também não ajudam. O meio social deve incentivar a abandonar esta situação. A PRM vai continuar a fazer o seu melhor para que as pessoas se sintam seguras, mas apela à colaboração de todos e nada de encobrimentos” (de malfeitores), finalizou Cossa. 

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