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“Ngingiritana” nas aulas da Escola Unidade-6

Por admin

As edições do suplemento infantil “Ngingiritana”, do Jornal Domingo, tornaram-se um meio imprescindível para a formação de petizes na Escola Primária Completa da Unidade 6, também conhecida por 

Escola Primária Josina Machel, situada no bairro Luís Cabral, distrito municipal de KaMubukuana em Maputo.

 

A Escola Primária Completa da Unidade-6 possui dois mil e 439 alunos, que compõem 51 turmas distribuídas em quatro turnos. Os professores deste estabelecimento de ensino que dão aulas às classes mais baixas têm recorrido ao suplemento infantil “Ngingiritana” do jornal domingo para auxiliar as suas lições dirigidas às crianças.

“Retiramos os desenhos, os contos e outras instruções para actividades recreativas inseridas na página ngingiritana para as nossas aulas da 1ªe 2ªclasse, dada a falta de condições para a compra de livros que contêm esses elementos e outros exercícios de aprendizagem”, explicou Maria Luísa Mafalda, directora daquela instituição de ensino.

A escola usa também os jornais para auxiliar as aulas de ofício das classes mais acima. “Nessas aulas, as crianças também cortam e amolecem os jornais em água até formar uma pasta que depois é misturada com restos de carvão e, posteriormente, usado para moldar diferentes objectos, explicou.

Localizada no bairro Luís Cabral, distrito de KaMubukuana, a Escola Primária Completa Josina Machel foi construída em 1972 e leccionava até à 5ªclasse. A partir do ano de 2000 passou a leccionar até à 7ª classe.

 

Nos últimos dois anos esta escola sobressaiu na área de desporto com a conquista do primeiro lugar em diferentes modalidades dos jogos escolares.

“No ano passado, conquistamos o primeiro lugar nos masculinos e femininos de futsal e andebol. Em 2011, fomos premiados por alcançar o primeiro lugar dos masculinos nas modalidades futsal e andebol”,referiu Maria Luísa Mafalda.

Acrescentou ainda que a instituição possui um núcleo desportivo, onde, para além de futsal e andebol, são praticadas outras modalidades como futebol, atletismo e ginástica. Segundo adiantou, em cada modalidade desportiva a escola possui 20 alunos.

As actividades extracurriculares constituem outro forte daquela unidade de ensino. Os alunos dedicam-se à produção de couve, alface, cebola, repolho e beterraba, culturas estas que estão a ser desenvolvidas com apoio do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), que auxilia na assistência técnica.

A produção é depois revendida para garantir a compra de novos insumos. A parte remanescente é direccionada ao consumo interno, sendo que os menores desfavorecidos também tiram benefício.

Ainda neste âmbito, com o apoio do Fórum da Mulher Educadora Africana (FAMOD), 20 raparigas estão a beneficiar de cursos de corte e costura, bordado, culinária e processamento de alimentos.

A saúde sexual e reprodutiva também ganhou ali o seu espaço. Apoiado pela AMODEFA, uma organização não-governamental moçambicana virada para a área de assistência à mulher e à rapariga, o estabelecimento possui um gabinete de aconselhamento que dialoga com os alunos sobre saúde e sexualidade.

O saneamento do meio constitui outro aspecto privilegiado pela Escola Primária Completa Unidade-6. “A escola possui um núcleo de alunos activistas do meio ambiente, que realiza encontros escolares onde os menores aprendem como se comportar no recinto escolar, como cuidar das suas casas, assim como cuidar da sua higiene pessoal”, salientou Maria Luísa Mafalda.

 

ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS

PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

 

De acordo com a directora Maria Mafalda, 86 crianças, das quais 52 rapazes e 34 raparigas que frequentam as aulas naquele estabelecimento, são portadoras de diferentes tipos de deficiência. Segundo contou, o acolhimento de alguma destas crianças foi uma forma encontrada pela direcção para apoiá-las na sua inserção social e desenvolvimento psicomotor. “Na primeira classe temos uma criança que possui deficiência física e motora. Entretanto, desde que frequenta as aulas até ao momento, notamos que o contacto com outras crianças a está a ajudar a desenvolver a linguagem e os seus movimentos, o que é positivo e diferente de estar isolada em casa”, afirmou.

Em conversa com o jornal, a directora revelou que, com o apoio de uma ONG, dois professores beneficiaram recentemente de uma formação em língua de sinais como forma de reduzir alguns obstáculos impostos pela comunicação neste grupo de alunos.

 

 SALAS DEGRADADAS

 

 Esta escola possui um total de 15 salas de aulas, um campo de futebol e um de futsal. Entretanto, a estrutura física das mesmas já clama por uma reabilitação. Sem carteiras escolares, as salas de aula apresentam fissuras nas paredes, buracos no tecto e janelas sem vidros, cenário este que em época chuvosa inviabiliza os estudos.

 De acordo com Maria Luísa, a escola encontra-se neste estado, pois, desde a sua construção, beneficiou apenas de uma reabilitação, feita em 1996.“Agora estamos a pedir patrocínios para ver se conseguimos reabilitá-la na sua totalidade e conseguimos mobilar com carteiras e para oferecer melhores condições de estudo”, adiantou.

Entretanto, acrescentou que a escola recebeu da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), uma doação de 14 computadores para a criação de uma sala de informática. Contudo, por falta de espaço e outros acessórios para os computadores, estas máquinas ainda se encontram guardadas, o que é lamentável, porque já deviam estar a beneficiar os alunos.

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