Paralelamente à vassourada que efectuou ao nível do aparelho de gestão da Direcção Nacional de Património de Estado, o Ministro das Finanças, Manuel Chang, suspendeu a realização de hastas
públicas.
O governante não determinou por quanto tempo vigorará esta medida, contudo salientou que, doravante, os concursos públicos visando o abate de viaturas e outros bens de Estado devem ser rigorosamente fundamentados, mediante exibição do auto de verificação de incapacidade.
Manuel Chang explicou que foram confirmados, na Direcção Nacional de Património de Estado, casos de viaturas em bom estado que eram propositadamente danificadas para posterior venda como bens abatidos.
“ A situação no património não pode continuar como estava”,disse ainda o Ministro das Finanças.
Refira-se que o negócio fraudulento de viaturas na Direcção Nacional de Património do Estado foi passado a pente fino na base de provas apresentadas pelo jornal domingo.
Com base na denúncia do nosso semanário, a Inspecção Geral de Finanças rastreou informação arquivada nos mapas de venda de viaturas abatidas no inventário do Património do Estado a partir do ano 2010, alargando, deste modo, o âmbito de investigações realizadas pelo nosso semanário, que se circunscreviam ao período de Dezembro de 2011 a Dezembro de 2012.
A equipa de inspectores não cingiu o seu trabalho apenas aos domínios acima mencionados. A Inspecção Geral de Finanças fez igualmente o rastreio das actividades desenvolvidas na área de alienação de viaturas e na das empresas alienadas pelo Estado, curiosamente supervisionadas por Norberto Couto, exonerado e considerado como o principal “cérebro” das operações fraudulentas promovidos no sector de abates de viaturas do Estado.
O Ministro das Finanças desconfiava que Norberto Couto e sua equipa, à semelhança do que fizeram no sector de abate de viaturas, poderiam estar envoltos em negócios fraudulentos, sobretudo na alienação de viaturas, em conluio com a área de aprovisionamento.
