As notícias sobre o que o Conselho Municipal d Cidade de Maputo (CMCM) pensa fazer para resolver a questão dos transpores públicos, sucedem-se. Multiplicam-se. Por vezes, parecem
controversas. Contraditórias. E até o serão. Um outro aspecto, de não menor importância, é que os planos, os projectos parece que nunca são revelados na sua totalidade. Na sua verdadeira dimensão. Tudo é revelado aos poucos. A conta – gotas. Pingo a pingo. Parece que os governantes na cidade cada dia respeitam menos os direitos governados. Dos votantes. Dos seus eleitores. Parece que querem guardar o que sabem, ou o pouco que sabem para si próprios. Que a única coisa que sabem e gostam de fazer é olhar para o seu próprio umbigo. Num exercício narcisista para alimentar o seu ego. É assim que uma notícia que se pretende como boa, possa não o ser tanto. Por a decisão poder não ter possibilidades de ser exequível. Desta vez, segundo o jornal “Notícias” do passado dia 20 (página 3), até ao final do ano,“Chapa de caixa aberta será interdito na capital. De acordo com o autor da local O conselho Municipal da cidade de Maputo está a equacionar a possibilidade de interditar, até ao final do ano, a circulação de carrinhas de caixa aberta que têm estado a transportar pessoas nas horas de ponta. Vejamos como. Vejamos qual o santo milagreiro que nos revela tão “abençonhadas” possibilidades. Acrescenta o matutino, que Para o efeito a edilidade vai adquirir autocarros em número não especificado para fazer face às necessidades das cidades de Maputo e Matola e dos distritos de Marracuene e Boane. Ainda não há muito tempo, os gestores municipais falavam na necessidade de adquirir 600 autocarros. Agora, elaboram a partir de um número não especificado. Tanto podem ser mais como menos. Tudo é possível. O que importa é deixar em aberto o espaço de manobra. Diz ainda a local, no que se refere ao Plano Director de Mobilidade e Transportes para a área Metropolitana de Maputo, que O plano prevê entre outros projectos, a construção de um corredor exclusivo para a circulação de autocarros articulados e reduzir o tempo de espera do passageiro e metro. De facto, havia esquecido referir que este plano inclui, também, a construção de um metro de superfície. De facto, tudo isto, e certamente, muito mais, visto através da televisão é lindo. Mais do que um sonho. Mais, do que uma utopia. No mínimo, pura utopia. Talvez medíocre demagogia. Ou uma maneira sinistra de ver a cidade de pernas para o ar. A fazer o pino. É pena termos chegado ao ponto a que chagámos. Muito provavelmente, um ponto sem retorno.
É óbvio que tudo isto custa muito dinheiro. Alterar tudo isto custará milhões, biliões de meticais. Recuso escrever dólares norte-americanos. A questão, o problema dos “Chapas” de caixa aberta, não surgiu por geração espontânea. Surgiu da incompetência de gestão deste Conselho Municipal. Em resolver os problemas de circulação, de movimentação dos citadinos. O que parece ter começado a tirar o sono a alguns. Ainda bem. Ainda bem que assim é. Que assim possa ser. Será, no mínimo, o primeiro passo para perceberem que a cidade de Maputo tem de ser governada e projectada para o futuro por mentes moçambicanas. Chineses e japoneses podem ser elementos importantes. Mas, talvez, não decisivos. O importante, o fundamental é pensar e saber agir moçambicano.