Os clubes do desporto motorizado espalhados pelo país decidiram submeter um recurso ao Tribunal Administrativo para a anulação da existência legal da Federação Moçambicana de Desporto
Motorizado (FMDM), alegadamente fundado de forma fraudulenta.
Desde 2011 que o ambiente na família do desporto motorizado não é saudável, com as diferentes agremiações a exigirem do Governo a reposição da legalidade na sequência da legalização da FMDM federação pelo Ministério da Justiça.
Na expectativa de Moçambique tomar parte nos X Jogos Africanos de Maputo com esta especialidade desportiva, um grupo de pessoas singulares aproximou-se do Governo manifestando vontade de legalizar-se.
Com o apadrinhamento da Direcção Nacional do Desporto, o grupo viria a ser atribuído legalmente o estatuto de federação, sem que fosse constituído por associações desportivas, conforme o estabelecido por lei.
Com o objectivo de aclarar a situação, as agremiações praticantes da modalidade juntaram-se na Beira, capital provincial de Sofala, tendo acordado continuar a pressionar o Governo para tomar uma decisão célere sobre o imbróglio, porque a situação actual não é favorável ao desenvolvimento da especialidade.
No encontro, tomaram parte o Automóvel e Touring Clube de Moçambique, Motor Clube da Beira, Wanga Racing Clube da Matola, Sports Clube de Chimoio, Xithuthuthu Motor Clube de Gaza, Motor Clube de Tete e Motor Clube de Cafumbe.
O Ministério da Justiça legalizou uma outra federação denominada Federação Moçambicana do Desporto Motorizado (FMDM).
No entanto, os clubes e núcleos decidiram formar a sua federação em legítima defesa dos seus interesses num encontro havido em 2011, na Beira.
A Federação de Desporto Motorizado de Moçambique foi formalizada pelo Ministério da Juventude e Desportos, e os corpos directivos da mesma tomaram posse em Outubro de 2011, tendo como presidente Manuel Rodrigo Romessane.
Porém, o Ministério da Justiça não a regularizou, alegando que já existe uma federação, a FMDM, esta que não é reconhecida pelos clubes, uma vez criado por um grupo de dez pessoas singulares.
Os clubes aguardam agora pela resposta ao recurso interposto junto do Tribunal Administrativo, na fé de que a decisão do Ministério da Justiça seja revista e, consequentemente, se reconheça legalmente a FDMM.
Os clubes e núcleos do desporto motorizado continuam firmes na decisão de não se filiar à FMDM, que dizem não reconhecer os seus reais objectivos.
Polícia passa a integrar
delegações ao estrangeiro
Agentes daPolicia da Republica de Moçambique (PRM) passam a integrar delegações desportivas moçambicanas ao estrangeiro, conforme estipulado no novo regulamento de Segurança nos Recintos e Espectáculos Desportivos aprovado recentemente pelo Governo.
Os agentes da PRM terão o papel de ajudar a inspeccionar as condições dos recintos desportivos. Os custos inerentes à viagem dos polícias deverão ser suportados pelos clubes ou selecções nacionais que se deslocarem ao estrangeiro.
O novo regulamento visa garantir o combate a actos de vandalismo e a intolerância que se tem verificado nos diferentes campos de futebol no país.
O Governo decidiu que as obras de construção das próximas infra-estruturas desportivas deverão passar a contemplar novos elementos, como é o caso de videovigilância, cuja função é gravar tudo o que estiver a acontecer no recinto desportivo.
Segundo o Inspector-geral do Ministério da Juventude e Desportos, José Dimitri, a gravação do videovigilância só poderá ser desgravada depois de 100 dias.
Para além do videovigilância, segundo o regulamento, os recintos desportivos passarão a ter igualmente assento individual e enumerado, para além de serem dotados de lugares para pessoas com deficiência.
Num outro desenvolvimento, Dimitri referiu que para o acesso aos recintos desportivos os utentes deverão ter bilhete de ingresso, não estar sob influência de álcool ou outro tipo de drogas.
Casa do Gaiato introduz
Desporto de Orientação
Trinta e duas crianças dos 12 aos 14 anos de idade, da Casa do Gaiato, no distrito de Boane, província de Maputo, estão envolvidas na prática do desporto de orientação.
O projecto iniciou em Novembro do ano passado, com o objectivo de ensinar as crianças a prática de actividades desportivas, aliadas aos estudos. Para além do desporto de orientação, outras 50 crianças aprendem futebol.
O Desporto de Orientação é uma modalidade individual que tem como objectivo percorrer uma determinada distância em terreno variado e desconhecido, obrigando o atleta a passar por determinados pontos de controlo e descritos num mapa distribuído a cada concorrente, com o auxílio de uma bússola. A
Orientação é uma modalidade desportiva que envolve esforço físico e mental e o seu lema é “pensar e executar”, um desporto com pés e cabeça. A competição concilia-se com o lazer, num espaço que proporciona um permanente contacto com a natureza.
O carácter único da Orientação consiste em encontrar e seguir o melhor itinerário, através de terreno desconhecido, numa luta constante contra o tempo.
O coordenador das actividades desportivas, Raúl Cánovas, disse que o projecto começou com 15 crianças, quatro das quais participaram em Abril último no Campeonato do Mundo Escolar de Orientação, que decorreu na Vila real de Santo António, em Algarve, Portugal, sendo Moçambique o primeiro país africano que competiu no evento.
Raul afirmou que o projecto conta com o apoio de Mozambique Sur, uma ONG localizada em Madrid, na Espanha, que colabora com a Escola Orfanato Casa do Gaiato através de ajudas e da realização de diferentes projectos humanitários, desde 2005.
A nossa fonte avançou que nos próximos dias o número poderá aumentar, tendo em vista o Campeonato do Mundo projectado para 2015, na Turquia.
Pretendemos educar as crianças através do desporto, incutindo nelas que os exercícios físicos são bons para a saúde, neste caso o futebol ou orientação. Tenho ensinado também as crianças que é preciso estudar. Porque na orientação é preciso conhecer os mapas, interpretar a bússola, as regras e os símbolos, por isso é aconselhável saber ler e escrever – comentou.
Segundo o nosso entrevistado, as crianças vão dominando as regras de orientação. “Elas sabem que se querem continuar a praticar esse desporto, devem estudar, ter bom aproveitamento, bom comportamento e ser bom estudante, porque nós fazemos um controlo sobre as notas escolares”.