O nosso colega da Redacção e Chefe do Nacional, André Matola, parece firme no seu propósito de escrever livros depois de uma primeira experiência bem sucedida em 2010. No próximo dia 18
de Junho, Matola voltará a brindar os leitores com mais uma obra intitulada Vida e Visão Empresarial de Salimo Abdula. Na sequência, entabulamos uma pequena conversa com o escriba.
André, pelo que o título sugere, estamos perante um livro biográfico…
Boa observação. Porém a minha resposta é nim, isto é, não digo sim, nem não.
Então, nem tu mesmo sabes dizer que género de livro escreveste?
Percebo a tua insistência, mas o ideal é deixar as pessoas comprarem e lerem o livro.
Vejamos se agora tenho mais sorte. Quantas páginas tem a obra?
Mais de duzentas.
Quanto tempo levaste a lavrá-lo?
Aproximadamente um ano. Foram muitas conversas. Com várias interrupções. Salimo é um homem com uma agenda de trabalho bastante apertada. Viaja bastante. Chegamos a ter pausas de aproximadamente 45 dias. Outras vezes eu é que não dispunha de tempo para trabalharmos. Mas foi uma experiência gratificante. Foi interessante estar muitas manhãs e muitas tardes a ouvi-lo.
Porque é que escolheste a pessoa de Salimo Abdula para o teu segundo livro?
Boa pergunta. Adivinhava que me colocarias essa questão. Quem for a ler o livro vai dar com a resposta.
Não me estas a ajudar muito.
Entendo. Mas é como disse anteriormente. No final da leitura as pessoas encontrarão as respostas para as perguntas que eventualmente se irão fazendo. Pelo menos é o que eu presumo.
O título remete-nos para duas análises possíveis, nomeadamente o mundo pessoal e familiar de Salimo e o mundo empresarial.
É verdade. Tive essa preocupação. Levantar o véu deste importante homem de negócios moçambicano nado na província da Zambézia, mas concretamente na cidade de Quelimane, e explorar a sua visão empresarial. Aliás, dediquei um bom número de capítulos sobre a sua visão empresarial. Procurei perceber e retratar tudo isso da maneira mais simples que me foi possível fazer.
E… estas satisfeito com o produto final?
Sim. Mas, como sabes, e bem, porque também escreves e és colunista, o acto da escrita é um trabalho infinito. Aliás, há quem diga que escrever é a arte de falar sozinho. Para mim não é bem assim. Escrever é falar com os prováveis leitores.
Este caso enquanto escrevias ias falando com Salimo, com os leitores e contigo mesmo?
Claramente. O jornalismo vai-me ensinando que se o articulista não está satisfeito com a sua própria estória, o mais certo é que o leitor também não fique muito entusiasmado.
PESQUISEI MUITO
Qual foi a metodologia de trabalho?
Basicamente conversas com o sujeito activo do livro e entrevistas a familiares. Também apoiei-me sobre o muito que se tem escrito sobre ele. Li muitas revistas. Percorri a internet. Conversei com algumas pessoas que com ele privam ou privaram em algum momento. Esforcei-me até onde me foi possível.
Como foi peneirar a informação recolhida?
Terrível. Sofrível. Mas gostoso. Paradoxal, nê?
Tu é que sabes! Nem me deixaste ler o livro.
(risos) Assim a conversa flui melhor. Mas foi interessante. Deu-me bastante satisfação cruzar os vários depoimentos que ele foi fazendo ao longo destes anos para os órgãos de Comunicação Social e não só. Notei, por exemplo, que há entres quatro a cinco palavras que fazem parte do seu vocabulário. Refiro-me a perseverança, honestidade, trabalho, sinceridade e objectividade.
Salimo é uma figura interessante. Um bom contador de histórias. Tive o prazer de entrevista-lo há muitos anos quando ele estava se iniciando na vida empresarial… quero acreditar que as vossas conversas foram animadas…
Olha que ele é mesmo, há dias falou-me sobre essa conversa… foi há bastante tempo mas ele lembra-se perfeitamente do facto. Foi nos anos 90. Como vês, conheces um pouco da história do homem e, é verdade, as nossas conversas foram enriquecedoras… aprendi bastante com ele sim! Um exemplo?