Problemas relacionados com a familiarização da sinalização nova colocada para o condicionamento do tráfego rodoviário, entre o período das 6 e às 8.00 horas, no troço da EN1, entre Benfica e
Inhagóia, estiveram na origem da complicação do trânsito registada nos primeiros três dias desde a entrada em vigor, na semana passada, da medida de facilitação da mobilidade para o acesso ao centro da cidade de Maputo.
A falta de domínio da sinalização por parte dos automobilistas levou a que na quarta-feira, primeiro dia da aplicação da nova medida, muitos condutores se complicassem nas suas manobras chegando, por vezes, a causar enormes engarrafamentos.
Nos dois dias subsequentes, passou-se a notar uma certa familiarização e domínio da sinalização para a ocupação de uma terceira faixa de rodagem na entrada para o centro da cidade capital.
No que diz respeito à saída da cidade, entre Inhagóia e Benfica, o trânsito na EN1 é feito de forma condicionada em apenas uma faixa de rodagem, o que torna inevitável algum congestionamento devido ao elevado volume de tráfego que ocorre no sentido Sul-Norte da cidade de Maputo.
Automobilistas que conversaram connosco defenderam ser natural a complicação verificada no movimento das viaturas, uma vez que a maior parte dos condutores estavam habituados a um tipo de sinalização quando efectuavam as suas deslocações para o centro da cidade.
Dados em nosso poder indicam que no período de uma hora circulam naquele troço da EN1 cerca de cinco mil viaturas, o que leva as autoridades a procurarem soluções para a gestão do intenso tráfego que se verifica nas primeiras horas dos dias úteis da semana.
De referir que, esta medida de condicionamento de trânsito vigora naquele troço nos cinco dias úteis da semana, uma forma encontrada pelas autoridades rodoviárias para inverter o cenário de engarrafamentos naquela via.
O vereador dos Transportes e Trânsito do Conselho Municipal, João Mathlombe, considera que a medida está a surtir os efeitos para as quais foi delineada, embora haja muitos aspectos de correcção que devem ser tomados em conta para o futuro.
Um dos aspectos defendidos por Mathlombe e que deve ser corrigido está relacionado com a melhoria das condições de acesso à EN1 a partir dos bairros situados ao longo daquele troço, nomeadamente Benfica, Bagamoyo e 25 de Junho.
Outro aspecto a ser melhorado tem a ver com o comportamento dos próprios automobilistas, no sentido de perceberem qual a importância de cada uma das três pistas no movimento de entrada para a cidade. Enquanto a faixa esquerda permite maior possibilidade de os carros mudarem de direcção para uma outra via, as viaturas que circulam na terceira faixa, que se situa no meio dos dois sentidos do trânsito, não têm alternativa ao longo do troço de entrar para à esquerda.
Mathlombe admite que ao longo da semana que hoje inicia o processo de tráfego condicionado poderá ser consolidado e muitas situações que foram identificadas nos primeiros três dias poderão ser ultrapassadas.
A medida de condicionamento de trânsito irá vigorar durante um ano, altura em que deverá estar em conclusão a obra de construção da Estrada Circular de Maputo, que se pretende que diminua a pressão do tráfego sobre a EN1.
Um total de 40 pessoas, entre activistas, agentes da Polícias de Trânsito e Municipal são mobilizados para regular o tráfego na EN1, através de uma iniciativa do Conselho Municipal de Maputo, em coordenação com o Instituto Nacional de Transportes Terrestres e Rodoviários (INATTER) e Administração Nacional de Estradas (ANE).
No diz respeito ao sentido único introduzido na Avenida de Angola, entre o “007” e a “Joaquim Chissano”, não se verificou nenhum constrangimento, o que contenta o Conselho Municipal.
Benjamim Wilson
Fotos de Inácio Pereira