Início » Mistérios e curiosidades duma greve anunciada

Mistérios e curiosidades duma greve anunciada

Por admin

Tal como aconteceu na greve de Janeiro, esta nova paralisação dos médicos tem contornos curiosos e interessantes e alguns mistérios. O primeiro contorno curioso registado pelo Bula, é o de 

ter aparecido, na presente, um grupo de indivíduos que rapidamente se constituíram na auto-denominada Comissão de Profissionais Unidos encabeçada pelo jovem Adolfo Bau Ekwale (as más línguas afirmam que ekwale significa perdiz numa das nossas línguas nacionais). Esta comissão se apresentou como representante de todos os outros profissionais (menos, obviamente, os da carreira médica). Só que muitos dos próprios, como os enfermeiros e farmacêuticos, apressaram a vir a terreiro afirmar desconhecê-la. No MISAU, também ninguém antes tinha ouvido falar da dita cuja.

Outro contorno curioso que chegou ao Bula é que na véspera da greve, precisamente no dia 17, o líder da AMM, foi visto a entrar no Hotel Hoyo-Hoyo, nas imediações do Bureau de Informação Pública, na Zona da Polana, para um jantar com o líder de uma das bancadas minoritárias do nosso Parlamento. Da cavaqueira, o homem com cognome de cereal, agora também declarado por um jornal da praça como “che guevara”, terá recebido subsídios (no sentido literal e figurado) importantes para a greve.

No sábado seguinte, 18, houve uma concentração, com acepipes, câmara de televisão e tudo, da qual resultou a chamada assinatura de memorando entre a associação e a comissão acima aludida. No terreno, na ebriedade, houve cânticos de índole religioso, panegíricando o chefe da greve.

No segundo dia da greve, surge um outro contorno curioso. Em determinado canal televisivo, simula-se um debate interactivo em que era suposto os telespectadores para lá ligarem no tempo real em que o aludido programa estivesse no ar. Mas o quê é que se assiste? Assiste à continuação do panegírico do sábado anterior em redor do aludido “che guevara”. Os que tentaram ligar, como Bula o fez, não tiveram acesso à linha. O técnico do Ministério das Finanças que era suposto ir explicar qual era a estrutura do Orçamento foi vilipendiado nos telefonemas, perante o olhar matreiro do moderador, que o tinha convidado. As más-línguas dizem que todos os que falaram naquele dia foram indivíduos que já haviam sido previamente seleccionados para o fazer naquele ritmo. 

Outro contorno, os conselheiros do jovem “che”, que haviam assumido algum protagonismo na greve anterior, decidiram desta vez fazer tudo à socapa em remoto-controlo.

O mais curioso ainda: é que poucas vozes (fora o próprio MISAU, obviamente) aparecem a condenar a arruaça, como o fecho de portões e portas e impedimento de acesso ao local de trabalho a quem quer trabalhar ou aos doentes que querem ser tratados.

Bulasoube que tradicionais amigos de Moçambique em coordenação com as autoridades locais estão já a voluntariar-se em enviar, para o país, médicos que poderão vir trabalhar, lado a lado, com os seus colegas moçambicanos, que até aqui se mantiveram firmes e abnegados nos seus postos, (apesar das ameaças), em defesa da valorização da vida humana.

Você pode também gostar de:

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana