O Instituto de Comunicação Social da Africa Austral (MISA) poderá realizar a sua Assembleia-geral em Agosto próximo, em princípio na cidade de Maputo, depois de ter passado por algumas crises
internas, nos últimos dois anos, decorrentes de problemas de governação e gestão as quais levaram àquela organização a descambar numa letargia e descrédito junto dos seus parceiros de cooperação internacional e doadores.
A ideia de “reactivação” do MISA-Moçambique foi lançada, sexta-feira última, em Maputo, em reunião nacional que contou com a presença de parte significativa de membros desta organização os quais acordaram na necessidade de se dar um novo rumo a mesma.
Segundo o Presidente interino, Tomás Vieira Mário (TVM), as crises internas porque passou o MISA-Moçambique tiveram implicações negativas no seu relacionamento com os seus parceiros de cooperação facto que “ nos levou a paralisação das nossas actividades por muito tempo”.
Mas como somos uma organização com uma missão única em Moçambique que é clara e pública não poderíamos deixar esmorecer o MISA. É assim que fizemos esta reunião nacional que de entre outras coisas tratou da análise contextual da organização e a partir desta tirarmos lições sobre como seguir em frente, sem repetir os erros do passado, disse Tomás Vieira Mário.
O presidente interino do MISA-Moçambique fez questão de dizer que se tratou, outrossim, de um exercício que serviu também para definir um pensamento estratégico que, permitiu acima de tudo, avaliar “onde é que erramos e onde é que estão os nossos pontos fortes e que oportunidades temos pela frente”.
É assim que decidimos que daqui há três meses haverá Assembleia-geral para eleição de novos órgãos directivos e sociais e de aprovação de um plano estratégico de longo termo. Haverão igualmente acções que visam recolocar o MISA no seu espaço nacional e regional, em termos de reaparecer com toda a sua credibilidade e imagem pública que de algum modo ficou “chamuscada” depois de toda situação atrás referida”, referiu Tomás Vieira Mário para quem este encontro serviu também para reafirmar a posição do MISA na sociedade e reunificar os seus membros.
No entanto, TVM reconheceu que o MISA ressurge numa altura em que um importante instrumento legal está em vias de discussão no Parlamento que é o Ante-projecto de Lei do Direito à Informação, cuja versão inicial foi elaborada por esta mesma organização.
O debate nacional deste ante-projecto é um dos grandes desafios que o MISA terá que enfrentar em coordenação com toda Mídia e a Sociedade Civil moçambicana. O MISA iniciou em 2010 uma Coligação de Direito à Informação (DAI) envolvendo outros activistas de direitos cívicos interessados no livre acesso a informação. Temos toda uma responsabilidade de liderar o processo dos debates e coordenar uma participação estruturada na relação com o Parlamento e o Governo, sustentou o nosso interlocutor.
Entretanto, no decurso da reunião nacional foi eleita uma Comissão de Gestão composta por cinco membros os quais tem a missão de preparem todas as condições logísticas para a realização da Assembleia-geral. A referida Comissão é chefiada pelo jornalista: Fernando Gonçalves (do Jornal Savana); Salomão Moyana, porta-voz, (Magazine Independente); Joana Macie (Jornal Notícias), Selma Inocêncio (Televisão Mira Mar) e Suizane Rafael (Jornal Faisca – Niassa).