Uma dupla vitória sobre o Zimbabwe por 88-30 e 90-40, quinta e sexta-feira passadas, selou o apuramento da Selecção Nacional de Basquetebol Sénior feminino de Moçambique ao campeonato africano da modalidade agendado para setembro próximo no Malí.
Depois da confirmação das desistências do Botswana e África do Sul das eliminatórias, as portas de apuramento do combinado moçambicano, já abertas, ficaram escancaradas.
Pois, foi com toda naturalidade que as meninas comandadas por Bernardo Matsimbe e Deolinda Ngulela trataram de despachar o Zimbabwe, que, na verdade, esteve em Maputo mais para aprender do que propriamente para discutir a qualificação.
Nem o facto de Moçambique ter se treinado apenas duas semanas causou preocupação, porque dominou os jogos como entendeu e definiu os momentos de aceleração e descanso activo à vontade.
A equipa técnica nacional aproveitou para dar mais tempo a jogadores debutantes, as quais, souberam estar para as encomendas, enquanto as já experientes Deolinda Gimo, Odélia Mafanela, Anabela Cossa ou Leia Dongue limitaram-se a serviços mínimos.
No final da eliminatória, as atletas manifestaram-se felizes pelo dever cumprido e disseram estar avisadas que para a missão Malí terão que redobrar os esforços.
Criamos grupo em dez dias
– Iliana Ventura
Iliana Ventura foi das jogadoras mais influentes do combinado moçambicano. Destaca o facto de um pouco tempo ter sido possível constituir um grupo à altura das eliminatórias.
“Estivemos bem tendo em consideração que tivemos dez dias de treino’, referiu, para depois acrescentar que individualmente não esteve tão bem como desejava, “mas espero ter ajudado a equipa a alcançar o resultado. Prometo melhorar”.
Instada a perspectivar a fase final, Iliana Ventura pronunciou-se nos seguintes termos:
– Daremos o nosso melhor, acredito que teremos mais espaço para treinos, provavelmente dois a três meses. Penso que estaremos bem preparadas para enfrentar os adversários.
Estávamos confiantes
– Onélia Mutombene
Com o Zimbabwe ou mais selecções, as jogadoras de Moçambique estavam focadas e confiantes no apuramento, conforme palavras da base Onélia Mutombene.
– Foi uma competição renhida, viemos fortes e confiantes, apesar do curto tempo de preparação. Foi bom porque encontramos grupo e conseguimos fazer o nosso máximo.
Individualmente, julga que não deu o seu máximo. “Penso que podia ter dado mais, vou continuar a trabalhar porque não estive ao meu nível com certeza. Espero mais coesão e mais atitude na fase final”.
Missão cumprida
– Bernardo Matsimbe
O treinador Bernardo Matsimbe congratulou as jogadoras pelo empenho e refere que agora podemos dizer que foi fácil.
– Não é possível em dez dias preparar uma selecção e apresentar-se sem limitações. Não é só aspectos físico e táctico, As jogadoras ainda não tinham o devido ritmo. Estavam pesadas, não tinham capacidade de reacção, mas mesmo assim fizemos um trabalho à altura da qualificação.
Relativamente à fase final, o treinador observou que “vamos trabalhar, temos que construir uma estrutura forte. Temos um leque de jogadoras seleccionáveis internamente e fora. É preciso tempo e espaço para preparar a selecção”.
Lembrou que o seu vínculo com a federação era exclusivamente para a fase de apuramento, que cumpriu com zelo, paixão e dedicação.
– Em termos de condições estamos felizes. Cumprimos a nossa missão. Tivemos um contrato de dois meses. Vamos apoiar quem estiver cá.
Não foi a ritmo de treino
– Leia Dongue
Leia Dongue emprestou a sua classe e experiência internacional ao combinado nacional. No final, estava tranquila e feliz com o dever cumprido.
– Fizemos o que nos competia, sabíamos que nesta eliminatória vinham mais seleccoes, infelizmente não vieram, nós estávamos preparadas e motivadas para fazer o nosso trabalho.
Rejeita a ideia de que o Zimbabe foi uma pera-doce e que os jogos foram a ritmo de treino. “Não foi a ritmo de treino nenhum, no primeiro jogo elas entraram a ganhar, tem qualidade, mas nós fomos melhores, nosso grupo foi mais forte e por isso ganhamos”.
Sobre a fase final, a jogadora lança a responsabilidade de preparação à federação. “Temos ainda dois a três meses e a federação é que pode pronunciar-se”.
Sobre o treinador, a mesma ideia: “é um treinador que toda gente conhece e cabe a nós atletas cumprir o que foi indicado pela federação”.