• Equipa masculina do Chiveve proibida de competir
A Federação Moçambicana de Andebol (FMAND) suspendeu recentemente todas actividades da Associação Provincial de Andebol de Nampula, alegadamente por aquela cometer irregularidades insanáveis.
O imbróglio iniciou em Dezembro passado, quando a FMAND realizou, em Nampula, entre os dias 16 e 22, os campeonatos nacionais de seniores masculinos e femininos.
No mesmo período, a Associação de Andebol de Nampula realizou os campeonatos regionais de juvenis e juniores, em ambos sexos.
A direcção da federação não reconheceu os campeonatos regionais de juvenis e juniores, tendo considerado que foram realizados num único escalão (juntaram-se os dois escalões).
Por outro lado, justifica que nos primeiros quatro dias participaram apenas equipas de Nampula, e só nos dois derradeiros dias foi integrada a equipa de Cuamba, província de Niassa.
De acordo com uma nota da Federação Moçambicana de Andebol, é da competência da direcção da FMAND organizar as competições desportivas de âmbito internacional, nacional e regional dentro do território nacional bem como arrecadar e gerir os fundos provenientes da filiação das equipas que participam desses campeonatos.
– Acontece que a Associação Provincial de Andebol de Nampula recolheu os fundos provenientes da filiação de todas equipas que participaram no campeonato Nacional bem como no Regional e não fez a entrega até no passado dia de 28 de Dezembro, no dia que foi decidida esta medida, desse montante à federação, tendo criado situações constrangedoras, tais como, situação deplorável do alojamento dos árbitros, a partilharem os mesmos espaços com os atletas, alimentação não condigna para os árbitros, nos primeiros dias, reembolso apenas de 50 porcento do custo de passagem de ida e volta dos árbitros, falta de critérios e de consenso para o pagamento dos árbitros, o que originou paralização temporária de alguns jogos.
Assim, em face do exposto, a FMAND “decidiu suspender a direcção da Associação Provincial de Andebol de Nampula, por tempo indeterminado, de toda a actividade desportiva (organização de campeonatos regionais e nacionais, participação em reuniões e Assembleias gerais, entre outras actividades) da Federação Moçambicana de Andebol, enquanto se aguarda pela deliberação da Comissão Jurisdicional (Conselho Fiscal) FMAND”.
Entretanto, a acção disciplinar da FMAND foi extensiva a clubes e atletas. A federação indica que durante o jogo entre as equipas do Atlético de Chiveve e do Clube de Dondo, ocorreu um incidente “deplorável” protagonizado pelos atletas Fidel José Ofice e Osvaldo Mulivala, da equipa de Chiveve, tendo estes agredido (com socos e pontapés) fisicamente um dos árbitros da partida.
Assim, a FMAND decidiu suspender os dois atletas por cinco anos de toda a actividade desportiva da Associação Provincial de Sofala bem como da Federação Moçambicana de Andebol, enquanto se aguarda pela deliberação da Comissão Jurisdicional (Conselho Fiscal) da FMAND.
Também suspendeu por um ano a equipa de andebol masculino do Clube Atlético de Chiveve, de toda a actividade Desportiva da Federação Moçambicana de Andebol, enquanto se aguarda pela deliberação da Comissão Jurisdicional (Conselho Fiscal) da FMAND.
NAMPULA SERENA
O presidente da Associação Provincial de Andebol de Nampula, Lúcio Alfredo, disse que não está preocupado com a medida tomada pela Federação Moçambicana de Andebol, porque entende que a mesma tem apenas o objectivo do seu presidente boicotar as eleições que estão marcadas para o próximo mês de Maio do ano corrente, para continuar a dirigir, tal como aconteceu, recentemente, na Federação Moçambicana de Atletismo.
Para sustentar a sua posição, Lúcio Alfredo lembrou que as associações receberam ainda da federação uma comunicação que diz que não são permitidas a sua participação nas eleições de Maio próximo enquanto não estiverem legalizadas.
No entanto, até no ano de 2015 existiam apenas três associações legalizadas, nomeadamente, província de Maputo, Manica e Nampula, mas depois de um tempo suspendeu das actividades as associações de Manica e Nampula, o que quer dizer que na assembleia de Maio só a associação da Província de Maputo é que terá direito a voto.
Num outro desenvolvimento, o presidente da Associação Provincial de Andebol de Nampula desmente algumas acusações da federação, das quais sobre a partilha de quarto com os atletas, alimentação não condigna, entre outros.
Organizamos o torneio sem fundos lucrativos. Cada equipa que participou pagou três mil meticais, no total eram nove equipas, destas uma não pagou, o que quer dizer, tivemos 24 mil meticais. Deste valor pagávamos 1800 diários a cada árbitro que servia para transporte e alimentação, o árbitro recebia ainda 800 meticais por jogo arbitrado. Este valor foi acordado entre as partes,disse.
Acrescentou que a associação não tinha fundos para pagar hotel para os árbitros. Para o efeito, tanto os jogadores, assim como os árbitros, ficaram acomodados no Lar dos Estudantes no IFAPA, cidade de Nampula.
O presidente chegou alguns dias depois do início da prova. Convidamos para ele visitar o local onde as equipas estavam acomodadas negou, são acusações falsas. Não estamos preocupados, por isso já estamos a trabalhar no sentido de organizarmos o torneio de abertura no próximo dia 25 de Março, disse.
Lúcio Alfredo disse que fez uma comunicação no passado mês de Janeiro do ano corrente para o Conselho Provincial de Desporto sobre a medida anunciada pela federação. Neste momento está à espera da resposta. Também manifestou descontentamento à federação.
Entretanto, o nosso entrevistado disse que o actual presidente da federação devia demitir-se, pois desde que tomou posse não fez nada para o desenvolvimento da modalidade.
Acrescentou que actualmente a federação não tem conselho de direcção, todos os membros demitiram-se.
O presidente está a trabalhar sozinho, a vida dele é suspender as pessoas, já suspendeu até árbitros,acusou.
